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Segundo a especialista, a apneia se manifesta de forma diferente nas mulheres.“Enquanto os homens relatam ronco alto e sonolência diurna, nas mulheres o sono tende a ser mais fragmentado, com mais cansaço ao longo do dia, o que dificulta o diagnóstico.”A médica do sono Simone Prezotti acrescenta que a privação de sono em mulheres pode causar acúmulo de gordura abdominal, aumento do apetite e desejo por alimentos calóricos.“O sono ruim desregula hormônios ligados à fome e saciedade, como a leptina e a grelina”.Ela ressalta que o sono influencia também o desempenho cognitivo, a capacidade de aprendizado, a ovulação e a saúde reprodutiva.A psiquiatra e médica do sono Laís Fardim destaca que há forte relação entre insônia ou privação de sono e depressão em todas as fases da vida, especialmente no pós-parto.A privação de sono, segundo Laís, pode gerar aumentos nos níveis de cortisol e adrenalina. “Esses aumentos podem gerar no longo prazo, alterações cardiovasculares como hipertensão, diabetes, eventos cardíacos”.Para mulheres na menopausa, a médica Zuleika Barbosa afirma que a terapia de reposição hormonal pode ser indicada, desde que respeitadas contraindicações individuais.“Ela ajuda a reduzir os fogachos, a irritabilidade e os despertares noturnos, melhorando a qualidade do sono.”Influência de questões hormonaisHomens x MulheresO ritmo ciclo vigília de homens e mulheres não é exatamente igual. Homens apresentam um ritmo de 24 horas ou discretamente superior, um pouco mais longo que as mulheres.Assim os homens estão menos cansado à noite em comparação às mulheres. Por outro lado, elas possuem um ciclo circadiano ligeiramente mais curto. A diferença faz com que as mulheres tenham tendência natural a adormecer e despertar mais cedo, caracterizando um cronotipo mais matutino.Tempo de sonoEstudo realizado no Centro de Pesquisa do Sono, na Universidade de Loughborough, no Reino Unido, apontou que, apesar de acordarem mais cedo, as mulheres precisam de mais tempo de sono do que os homens, cerca de 20 minutos.A duração do sono suficiente varia, no entanto, estudos epidemiológicos mostram que a recomendação na fase adulta, para indivíduos saudáveis e que não sofrem distúrbios de sono, é entre 7 e 9 horas por dia, podendo ser apropriada de 6 a 10 horas.há evidências que mostram que o sono de curto e de longa duração estão associadas ao desenvolvimento de graves problemas de saúde.Questões hormonaisas mulheres experienciam o sono de maneira diferente dos homens devido às mudanças que ocorrem com os ciclos biológicos.Mudanças de aspectos físicos e psicológicos somadas às oscilações hormonais do ciclo menstrual proporcionam alterações de humor, quando aumentam os riscos de desenvolver insônia.GravidezDurante a gestação é comum ocorrer diminuição do tempo total de sono, podendo ocorrer transtornos respiratórios. Após o nascimento do bebê, o sono da mulher volta a sofrer novo impacto quando se torna polifásico, devido à privação de sono necessária para os cuidados da criança.MenopausaAs reclamações de insônia durante a menopausa geralmente estão associadas aos fogachos. Há também um aumento da gordura abdominal, o que contribui para uma maior ocorrência de apneia obstrutiva do sono.Fonte: Academia Brasileira do Sono e médicos consultados.