A Polícia Federal prendeu, nesta sexta-feira, 16, Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Tuta foi preso por uso de documento falso em ação conjunta da Polícia Federal com a Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (FELCC).
Investigações da PF e do Ministério Público de São Paulo (MPSP) apontam que Tuta tem um histórico de crimes e uma posição estratégica na facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Em 2019, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi transferido para um presídio federal, o que o deixou isolado do mudo externo e dificulto os cuidados com a facção criminosa. Com isso, Tuta cresceu na organização e chegou a ocupar a posição de principal liderança da facção na rua — com o aval de Marcola.
Ao GLOBO o promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), explicou que Tuta não tinha mais o status de principal liderança, mas ainda é “importante para a facção”.
Tuta também atende pelos codinomes Angola, Africano, Marquinhos, Tá bem, Boy e Gringo. Ele estava foragido desde 2020. De acordo com o MPSP, com o isolamento de Marcola, Tuta passou a tomar decisões estratégicas da organização criminosa, como o fluxo de caixa e o levantamento de informações de autoridades e policiais alvos de possíveis atentados da facção.
O MPSP também afirmou que ele foi responsável por planejar o resgate de Marcola em dezembro de 2019, plano que foi frustrado pelas autoridades.
No âmbito da Operação Sharks, do Gaeco, o MPSP tentou prender Tuta. Em 2023, uma nova fase da operação mirou “laranjas” que atuavam na lavagem de dinheiro do PCC e trabalhavam diretamente com ele.
De acordo com o inquérito, Tuta teria estruturado uma organização voltada à lavagem dos valores por ele “obtidos ilicitamente, com a utilização de dois ‘testas de ferro’ que atuavam na negociação de imóveis, na compra e administração de empresas e na movimentação bancária de valores”.
Tuta já havia sido preso em 2006 e, durante a abordagem, ofereceu R$ 50 mil aos policiais das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) para que os agentes não efetuassem a prisão. Ele foi condenado a 23 anos e 7 meses de prisão pelos crimes de latrocínio, roubo qualificado, ameaça, cárcere privado, uso de documento falso, falsificação de documento público, corrupção ativa e dano qualificado, deixando o presídio em 2014 por progressão de pena ao regime aberto.
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