“Para o governo, falta de solidariedade do PT tornou a CPI inevitável”, afirma colunista do UOL

Do UOL

A falta de solidariedade vinda do PT (Partido dos Trabalhadores) tornou a CPMI do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) inevitável para o governo Lula (PT), conforme avaliação feita pelo colunista Tales Faria no UOL News, do Canal UOL.

“O Palácio do Planalto não acha mais possível evitar a CPI do INSS, tanto na Câmara como no Senado. Para o governo, a adesão de parlamentares do PT, ou seja, a falta de solidariedade do partido, tornou a CPI Mista do INSS inevitável”. — Tales Faria, colunista do UOL

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A oposição protocolou no Congresso, na segunda-feira, um pedido de CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para investigar fraudes no INSS na gestão Lula. A proposta foi assinada por pelo menos 36 senadores e 223 deputados federais. Ainda não há prazo, no entanto, para instalação do colegiado.

Um dos que assinaram foi o senador Fabiano Contarato (PT-ES). Nos bastidores, o Planalto não escondeu o descontentamento e reclamou que nada foi combinado com “este lado da rua”, segundo apuração feita pela reportagem do UOL.

Ao Canal UOL, Tales comparou a situação de agora com a caso semelhante ocorrido no governo de Dilma Rousseff (PT).

“O então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, foi acusado de mentir na CPI da Petrobras. Ele avisou que abriria o processo de impeachment contra Dilma se o PT votasse pela abertura de processo contra ele na Comissão de Ética”.

“Mas o PT não foi solidário com sua presidente, e Eduardo Cunha revidou aceitando o processo de impeachment contra Dilma. O resultado é que a petista foi expulsa do Palácio do Planalto”.

“Agora a história meio que se repete, não sei se como farsa ou como tragédia: deputados e senadores do PT não querem dividir com o governo Lula o ônus do escândalo do INSS”. — Tales Faria, colunista do UOL.

Como o UOL adiantou, uma ala do PT já vem defendendo aderir à CPMI há algum tempo. Havia um consenso, no entanto, que as bancadas só agiriam com anuência do Planalto —agora, dizem que a “confusão” está instalada e não adianta tentar voltar atrás.

“Depois que os primeiros petistas assinaram o requerimento de CPI, praticamente toda a bancada acabará assinando. Incluindo os partidos de esquerda aliados. A deputada Tabata Amaral, do PSB, por exemplo, já está se dizendo ‘com sangue nos olhos’ para assumir a relatoria”.

“Isso dá aos parlamentares do centrão o discurso para também aderirem em massa à CPI. Por isso, a essa altura do campeonato, a sua instauração já se tornou inevitável. O governo agora vai tentar minimizar os estragos espalhando a lama para os aliados de Bolsonaro”. — Tales Faria, colunista do UOL

As fraudes no INSS teriam começado na gestão anterior do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Fala-se que o esquema tomou forma no governo anterior, quando o INSS esteve subordinado aos ex-ministros Paulo Guedes, Rogério Marinho e ônyx Lorenzoni”.

“É certo que isso também atingirá parlamentares do centrão. Ou seja, essa Comissão Parlamentar tem tudo para se tornar uma autêntica CPI do fim do mundo. Fere o governo, a oposição e quem estiver no meio do caminho. Mas tem maior potencial para dificultar os interesses do presidente Lula no Congresso, especialmente às vésperas da eleição do ano que vem”. —Tales Faria, colunista do UOL.

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