Reconhecimento facial e vigilância racista – Com Pedro Diogo Carvalho

João Antônio Trindade Bastos, jovem negro de 23 anos, foi detido durante um jogo de futebol de seu time. Francisco Ferreira da Silva, aposentado de 80 anos, foi levado à delegacia enquanto fazia um trabalho voluntário. Ambos foram identificados e confundidos por meio de sistemas de reconhecimento facial de suas cidades. Eles só conseguiram ser liberados após a polícia confirmar o erro. Esses casos são exemplos recentes que refletem um padrão histórico de prisões injustas contra a população negra.

O aumento de programas de vigilância digital, como o Smart Sampa, lançado pelo prefeito Ricardo Nunes, na cidade de São Paulo, expõe os limites e os riscos dessa tecnologia de reconhecimento facial, especialmente quando aplicada à segurança pública. E para analisar como o uso crescente de câmeras e algoritmos têm aprofundado o racismo estrutural no Brasil, o Pauta Pública desta semana recebe Pedro Diogo Carvalho, que é coordenador de Vigilância e Novas Tecnologias no Laboratório de Políticas Públicas e Internet (LAPIN) e integrante da campanha Tire Meu Rosto da Sua Mira. Para ele, mais tecnologia não significa mais segurança, principalmente quando ela reforça desigualdades históricas e viola direitos fundamentais.

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