O Atlas da Violência 2025, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado nesta segunda-feira, 12, dedicou uma seção ao tema das armas de fogo, destacando seu papel significativo no cenário da violência no Brasil.
Goiás é um dos estados destacados pelo Atlas por ter conseguido reduções sistemáticas nas taxas de homicídio desde 2013. O documento atribui essa trajetória, em parte, a uma “revolução invisível” na segurança pública focada em boa gestão, inteligência policial e prevenção.
Especificamente em relação aos homicídios por arma de fogo, Goiás foi um dos nove estados que apresentaram quedas superiores a 10% em suas taxas entre 2022 e 2023. A taxa de homicídios por arma de fogo em Goiás foi de 19,1 por 100 mil habitantes em 2023.
Isso representa uma redução de 10,4% comparado a 2022 e uma queda mais acentuada de 20,7% em relação a 2013. O número absoluto de homicídios por arma de fogo em Goiás também diminuiu, passando de 1.567 em 2013 para 1.365 em 2023, uma queda de 13% no período.
Legislação armamentista
O estudo aponta que o aumento da difusão de armas de fogo no país após 2019 tem atuado como um fator que freia a tendência de redução das mortes violentas. Um estudo citado no Atlas estimou que, apenas entre 2019 e 2021, cerca de 6.379 vidas poderiam ter sido poupadas caso a legislação armamentista não tivesse entrado em vigor.
Em 2023, o Brasil registrou 32.749 homicídios cometidos com o uso de armas de fogo. A taxa nacional de homicídios por arma de fogo foi de 15,2 por 100 mil habitantes no mesmo ano, representando uma leve redução de 3,2% em relação a 2022.
A proporção de mortes violentas no país praticadas com esse tipo de armamento foi de 71,6% em 2023, um índice que se manteve relativamente estável comparado à média da última década.
O Atlas observa que estados do Nordeste, com maiores taxas de homicídio, geralmente concentram as maiores proporções de homicídios por arma de fogo, enquanto estados com menores taxas totais, como Santa Catarina e São Paulo, registram menores proporções. O Amapá, por exemplo, teve um aumento significativo na taxa de homicídios por arma de fogo em 2023.
O Atlas também destaca que, nacionalmente, entre as internações de indígenas por agressões (2013 a 2024), os projéteis de arma de fogo (PAFs) representaram 14,2% dos casos, sendo, juntamente com instrumentos perfurantes, predominantes e sinalizando violência armada. O aumento de armas de fogo, especialmente em Terras Indígenas, é associado à presença de garimpo ilegal.
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