
O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, defendeu, nesta segunda-feira (12), algumas das medidas tomadas pelo governo federal que vêm contribuindo para reduzir a inflação, aumentar o poder de compra da classe trabalhadora e impulsionar o crescimento, em contraponto a críticas de representantes do empresariado sobre o ambiente econômico. As falas foram feitas durante a abertura do Apas Show 2025, promovido pelo setor supermercadista, em São Paulo.
Para ilustrar a melhora das condições econômicas do país, Alckmin relatou ter ido a um mercado em Pindamonhangaba, no final de semana, e o encontrou lotado. “Despencou o desemprego, melhorou a massa salarial, a economia cresceu 3,4% e o setor supermercadista cresceu 6,5%, quase o dobro do PIB”, justificou.
Como forma de dar continuidade ao desenvolvimento e estabelecer algum nível de justiça tributária, Alckmin destacou os efeitos da proposta de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais e a redução para quem ganha até R$ 7 mil. O texto foi encaminhado pelo governo ao Congresso em março.
O presidente em exercício salientou que a alíquota atual de 27,5%, paga por boa parte dos trabalhadores, “não é razoável” e que a mudança proposta é neutra do ponto de vista fiscal porque compensa a perda de arrecadação com a cobrança maior sobre os mais ricos. “Aliás, é para isso que existe o IR: para ter justiça tributária. Isso vai melhorar a renda da população, que poderá consumir mais”, salientou.
Outro ponto abordado foram as ações do governo frente à inflação de alimentos. Como principais fatores que influenciaram o aumento desses itens no ano passado, Alckmin lembrou a seca intensa, que fez a safra cair, e a disparada do dólar por fatores externos, que elevou a cotação a R$ 6,20.
“O que fez o governo naquela emergência? Zerou o imposto de importação. É claro que isso não resolve tudo, mas naquele momento não aumentamos, nem criamos tributos para exportar; nós baixamos o imposto de importação. Foi transitório, mas ajudou em alguns itens”, disse.
Neste ano, destacou que “o clima até agora está ótimo, devemos ter uma safra recorde e o dólar despencou de R$ 6,20 para R$ 5,70. Então, isso deve derrubar o preço dos alimentos e a inflação”.
Alckmin também ressaltou a importância da reforma tributária tanto para a população quanto para o empresariado, já que isenta toda a cesta básica, inclusive a carne, além de baratear e simplificar o sistema. “Depois de totalmente implantada, em 15 anos, o Ipea mostra que o PIB brasileiro pode crescer 12% a mais; os investimentos, 14% a mais e as exportações, 17% a mais”, afirmou.
O presidente também rebateu as críticas do setor ao “Crédito do Trabalhador”, segundo as quais o programa de consignado estaria contribuindo para endividar os trabalhadores. “O objetivo não é aumentar o endividamento das pessoas, mas melhorar a sua renda. Muito trabalhador está pagando 50%, 60%, 80% de juros ao ano”, ponderou.
Com o programa, exemplificou, uma pessoa que paga R$ 600 de prestação de empréstimo passará a pagar R$ 320 porque “despenca o spread, já que não tem risco; então, neste caso, sobrariam R$ 280 para consumir ou fazer poupança, enfim, o objetivo é melhorar a renda dos trabalhadores”.
O Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) também foi abordado durante a abertura do evento. O governo vem estudando a possibilidade de substituir o vale-refeição por repasse via Pix, uma forma de diminuir as despesas geradas pelas operadoras dos vales.
“O voucher foi feito para ajudar o trabalhador na sua alimentação, só que está com uma intermediação absurdamente cara, então vamos trabalhar para reduzir isso e buscar alternativa para beneficiar o consumidor e o setor produtivo”, declarou.
Foto: Paulo Pinto/Agencia Brasil
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