Negociação entre Rússia e Ucrânia pode ocorrer na quinta (15)

A proposta do presidente russo Vladimir Putin de uma reunião direta com representantes da Ucrânia para negociar o cessar-fogo foi aceita por Volodimir Zelenski. A reunião deverá acontecer na quinta-feira (15), em Istambul, na Turquia. Mas o encontro pode não acontecer, pois líderes europeus tem condicionado o diálogo a uma trégua de 30 dias.

A oferta feita por Putin “sem quaisquer condições prévias” aconteceu logo após os quatro dias dedicados ao 80º aniversário da vitória da União Soviética na Grande Guerra Patriótica.

De acordo com vice-diretor da Academia Diplomática do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Oleg Karpovich, a oferta feita contrapõe a narrativa de Kiev e dos seus patrocinadores da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) de que os russos se negam em dialogar e dificultam o avanço por um acordo. Ele explica que, na verdade, o que os russos pedem é um engajamento verdadeiro dos ucranianos que leve em consideração o atual estágio da guerra, ou seja, os postos avançados das tropas no território.

Como explica, o envolvimento do presidente Donald Trump na questão tem acelerado este processo, pois, diferente de Joe Biden, o atual governo suspendeu ajudar militar. Os estadunidenses ainda demonstraram algum apoio às reivindicações de Moscou e estão de olho na exploração mineral na Ucrânia.

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Nesta segunda (12), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a abordagem de Putin encontrou apoio de diversos líderes mundiais e destacou que a Rússia quer buscar seriamente uma solução pacífica. Ele também disse que Trump pediu para que os ucranianos aceitassem se sentar na mesa de negociações.

Sobre condicionar o diálogo a uma trégua, com ameaças de novas sanções por França, Alemanha e Reino Unido, Peskov afirmou ser inaceitáveis tais ultimatos.

O especialista do Valdai Discussion Club (fórum russo de discussão políticas), Andrey Kortunov, indica que este tom de ameaça adotado pelos líderes europeus não é interessante, porque não há garantias de que um armistício durante as negociações seja cumprido pela Ucrânia, sendo que a situação pode ser utilizada para a tentativa de recuperação de territórios.

Para jornalistas na Casa Branca, Trump disse que pode viajar para Istambul caso veja que um acordo possa ser fechado. O Kremlin não confirmou a ida de Putin à Turquia. O presidente russo tem restrições quanto a viagens – não neste caso – por conta de uma condenação do Tribunal Penal Internacional (TPI) e dificilmente vai a países signatários do Estatuto de Roma, que reconhece a jurisdição do tribunal. Apesar da Turquia fazer parte da Otan o país não é estado-membro do TPI – o que a torna um local ideal para negociar, como já ocorreu em outras etapas da guerra, caso os líderes resolvam estar presencialmente.

*Com informações da agência russa Tass

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