Em ensaio, Papa Leão XIV fala sobre liberdade da imprensa e o uso de IA

Durante coletiva de imprensa, o recém-eleito Papa Leão XIV pediu a liberdade dos jornalistas presos ao redor do mundo, e um fim ao que chama de “guerra das palavras” devido a polarização do discurso político. Durante o pronunciamento, destacou a importância da imprensa como propagador e checador de informações, além de mencionar o papel dos veículos de informação de conscientizar sobre as guerras e as injustiças do mundo.

A fala de Leão veio durante o primeiro encontro de jornalistas com o novo pontífice da Igreja Católica, ao qual foi recebido com aplausos de pé. O pronunciamento do papa também pode ser atribuído ao alto número de jornalistas mortos e encarcerados nas duas guerras que ocorrem no globo, sendo a guerra russo-ucraniana, que completou três anos em fevereiro de 2025, e a Guerra Gaza, que completou um ano e meio em março deste ano.

Junto ao pedido de respeito ao trabalho da imprensa, Leão comentou sobre o uso da Inteligência Artificial (IA) nas mídias que devem ser utilizadas com “responsabilidade e discernimento para orientar as ferramentas para o bem de todos, para que possam produzir benefícios para a humanidade.”

Com isso, reafirmou o papel da igreja em se adaptar com os desafios modernos e o comparou com as dificuldades que enfrentou diante da sua história. “A Igreja se reconhece nestas testemunhas, penso naqueles que contam a história da guerra mesmo à custa da própria vida, a coragem daqueles que defendem a dignidade, a justiça e o direito dos povos à informação, porque só povos informados podem fazer escolhas livres”

Um papa moderado

As falas de Leão proferidas no encontro aproximam a imagem do pontífice a um líder moderado diante dos pares. Como já analisou o Jornal Opção, o novo papa deve manter a Igreja mais próxima não apenas dos fieis, mas de todos aqueles que a querem fazer parte, mas deve fazer assim de forma diferente ao antecessor, o Papa Francisco. 

Este trabalho deve se basear na “desconstrução moderada” da imagem pristina da Igreja Católica. Movimentos como a inclusão das comunidades LGBTQIA+ nas pautas católicas aproximam um novo público que é excluído de outras comunidades tradicionais, por exemplo. 

Apesar disso, ainda há uma ala que visa manter a antiga imagem, mais tradicional e mais fechada dentro de si. Com isso, é esperado que o novo líder religioso continue o trabalho, da mesma forma que deve conter e articular com as forças divisoras de dentro do próprio círculo.

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