ONU e Itamaraty saúdam cessar-fogo entre Índia e Paquistão

Um cessar-fogo imediato foi anunciado no sábado (10) por Índia e Paquistão. O conflito histórico entre os países envolve a disputa da   região da Caxemira e ganhou novo capítulo no final de abril, inflamando as tensões. A ONU e o Ministério das Relações Exteriores do Brasil saudaram a trégua, porém existe acusações dos envolvidos de desrespeito ao que foi acordado.

A intermediação para a pausa nas agressões é reivindicada pelos Estados Unidos, situação não creditada pelo Ministério das Relações Exteriores da Índia, que indicou que a negociação ocorreu diretamente entre Islamabad e Nova Delhi.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, em nota divulgada indicou que o cessar-fogo é um passo positivo para acabar com as agressões e espera que: “contribua para uma paz duradoura e promova um ambiente propício para abordar questões mais amplas e antigas entre os dois países”.

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Já o Itamaraty entende que a “decisão representa passo positivo em direção à construção da confiança mútua e à diminuição das tensões na região” (veja a nota completa ao final).

Apesar do acordo, os países tem trocado acusações de desrespeito ao armistício. Mas o ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Ishaq Dar, reforçou que seu país mantém o cessar-fogo, ação combinada com o Ministério das Relações Exteriores da Índia, chefiado por S. Jaishankar.

Ambos devem se falar novamente na segunda (12).

Volta do conflito

As agressões aumentaram depois que 26 turistas foram mortos no território indiano de Jammu e Caxemira, em 22 de abril, pelo grupo “Resistência da Caxemira-TRF”, pelo qual indianos acusam paquistaneses de apoio, que negam.

Depois disso a tensão foi ampliada na fronteira e indianos começaram a realizar manobras militares com testes de mísseis por sua Marinha.

Já em 7 de abril, a Índia atacou o que classificou como “infraestrutura terrorista” no Paquistão. Desde então houve troca de ataques por misseis e drones na região de conflito. A escalada militar crescente já fez dezenas de novas vítimas dos dois lados.

O mundo acompanha com extrema atenção o conflito, pois os países são potencias nucleares. Estima-se em 180 as ogivas nucleares em posse de indianos, enquanto paquistaneses tem cerca de 170. O avançar do conflito poderia lançar o planeta em uma guerra nuclear.

Desde 1947, quando a região montanhosa da Caxemira foi dividida o conflito persiste. A divisão ocorreu quando os países se tornaram independentes do Reino Unido, no entanto interesses políticos e divisões religiosas permaneceram na complexa configuração dos territórios.

A forma abrupta que foi feita a divisão opôs mulçumanos, no lado do Paquistão, com os hindus, na Índia, não sem promover um gigantesco êxodo forçado e gerando violentos episódios.

Assim, a região de conflito na Caxemira é marcada por disputa, uma vez que metade do território está do lado indiano, mas a maioria da população é mulçumana.

Entre 1947 e 1949 ocorreu a primeira guerra indo-paquistanesa pela disputa da região, situação que se repetiu em 1965 e em 1999, esta última o Conflito de Cargil. Ainda houve a oposição dos países em 1971 por conta da independência de Bangladesh, então Paquistão Oriental.

Nota brasileira

Cessar-fogo entre a Índia e o Paquistão

Governo brasileiro saúda o acordo de cessar-fogo entre a Índia e o Paquistão anunciado em 10 de maio. O acordo prevê o fim de “todos os disparos e ações militares por terra, ar e mar” e nova reunião entre as partes em 12 de maio.

A decisão representa passo positivo em direção à construção da confiança mútua e à diminuição das tensões na região.

O Brasil reafirma seu firme compromisso com a promoção da paz, da estabilidade e do diálogo como único meio de resolução de controvérsias e encoraja as partes a prosseguirem com os esforços diplomáticos com vistas à paz duradoura e ao bem-estar de suas populações, da região do Sul da Ásia e do mundo.

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