“Leão XIV deve tratar assuntos sensíveis com dinâmica e escuta”, diz arcebispo de Goiânia

O arcebispo de Goiânia, Dom João Justino, afirmou, em entrevista coletiva, que o papa Leão XIV, eleito na última quinta-feira, 8, deverá cuidar de assuntos sensíveis na “dinâmica da escuta”. O arcebispo também disse estar feliz com a escolha e que a arquidiocese deverá realizar uma missa para celebrar a escolha do novo papa na Catedral Metropolitana de Goiânia.

“Ele é uma pessoa bastante atenta, amável e disposta a escutar. Tive oportunidade de participar de duas audiências com ele e o modo como ele as conduziu mostrou que ele é discreto, mas muito inteiro. Ele fez intervenções pontuais, serenas e com muita disposição para conversar sobre temas espinhosos”, afirmou.

O arcebispo afirmou que espera que Leão XIV continue o trabalho de Francisco à frente da Igreja Católica. “Em seu discurso ele diz que busca a caridade, caminhar juntos e uma igreja que busca ser próxima especialmente dos que mais sofrem. Ele mostrou o traço de cuidar do mais pobres, e isso mostra que ele dará continuidade em vários pontos ao trabalho de Francisco”, disse.

Para sustentar seu argumento, Dom João relatou o traço da Igreja Católica na América do Sul que, segundo ele, tende a ser mais próxima das pessoas e a conhecer as lutas do povo. Para o arcebispo, a experiência de Leão XIV no Peru o preparou para ir de encontro das pessoas.

Eleição de Leão XIV

O cardeal Roberto Francis Prevost, dos Estados Unidos, foi eleito papa pelo conclave que teve fim no início da tarde desta quinta-feira, 8. Ele se chamará Leão XIV. A fumaça branca, que significa a eleição do novo papa, foi lançada pela Capela Sistina às 13h08. Prevost se tornou o primeiro papa oriundo dos Estados Unidos e foi um grande aliado de Francisco durante seu papado.

Leão XIV nasceu em Chicago, nos Estados Unidos e é conhecido como o “pastor de duas pátrias”, por conta de uma ação missionária no Peru nos anos 80. Isso lhe garantiu entendimento da Igreja na América Latina.

“O bispo é chamado autenticamente para ser humilde, para estar perto das pessoas que ele serve, para caminhar com elas, para sofrer com elas e procurar formas de que ele possa viver melhor a mensagem do Evangelho no meio de sua gente”, disse ao site oficial do Vaticano.

O novo papa é visto como um reformista, alinhado à linha de abertura implementada por Francisco. Ele possui formação sólida em teologia e é considerado um profundo conhecedor da lei canônica, que rege a Igreja Católica.

Prevost entrou para a vida religiosa aos 22 anos e se formou em teologia na União Teológica Católica de Chicago. Aos 27 anos foi enviado a Roma para estudar direito canônico na Universidade de São Tomás de Aquino.

Ele foi ordenado padre em 1982 e, em 1984, iniciou sua atuação missionária no Peru. Em 2014, foi nomeado administrador da Diocese de Chiclayo, cargo em que foi ordenado bispo e permaneceu por nove anos.

Antes de ser eleito papa, Prevost ocupava o cargo de prefeito do Discatério para os Bispos, posição estratégica que o permitiu conhecer a estrutura da Igreja. Ele participou da nomeação de bispos ao redor do mundo.

Durante a internação de Francisco, Prevost foi o responsável por liderar uma oração pública no Vaticano pela saúde do então pontífice.

Conclave

O conclave reuniu 133 cardeais com idade inferior a 80 anos, que são aptos a votar. A discussão durou pouco mais de um dia. O papa é eleito quando recebe dois terços dos votos exigidos — ou seja, 89 votos dos 133 cardeais eleitores.

Milhares de fieis acompanhavam o ritual do lado de fora da Capela. Durante a manhã, as duas primeiras votações do dia se encerraram sem qualquer definição, mantendo a expectativa e o suspense em Roma.

Diferentemente dos conclaves de 2005 e 2013, quando os papas Bento XVI e Francisco foram eleitos no segundo dia, o atual processo conta com um número maior de votantes e uma renovação do colégio cardinalício. Dos 133 cardeais com direito a voto, 80% nunca participaram de um conclave antes.

A primeira votação do conclave aconteceu na quarta-feira, 7, quando os cardeais se reuniram pela primeira vez na Capela Sistina, local tradicional das deliberações papais. Como de praxe, todos fizeram um juramento de sigilo sobre o processo e passaram a atuar a portas fechadas. Essa rodada inicial também não trouxe uma definição, o que aumentou a expectativa para o segundo dia — que, historicamente, costuma ser decisivo.

Nas últimas duas sucessões papais, o segundo dia marcou o fim do processo. Em 2005, Bento XVI foi escolhido após quatro votações. Em 2013, Francisco precisou de cinco turnos para ser eleito. Até o momento, o novo conclave já contabiliza três rodadas sem sucesso, e caso não haja acordo até o quarto dia, o regulamento prevê uma pausa para oração e diálogo entre os cardeais, como forma de buscar um entendimento mais profundo entre os votantes.

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