Em meio às paisagens naturais de Cocalzinho de Goiás, repousa uma das maiores joias ambientais do Brasil: a Caverna dos Ecos. Composta por rochas do tipo micaxisto — e considerada a maior do país nesse formato geológico —, a caverna abriga em seu interior o maior lago subterrâneo da América Latina encontrado nesse tipo de formação rochosa, conforme dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). De turismo ainda restrito e acessível somente por poucos guias credenciados, o local combina relevância científica, beleza cênica e riqueza ambiental.
Apesar de ter sido oficialmente apresentada à comunidade espeleológica em 1976, a Caverna dos Ecos já era conhecida pelos moradores locais muito antes disso. Localizada dentro de uma propriedade privada, ela tornou-se alvo de intensa exploração turística até o início dos anos 2000. No entanto, em 2001, após denúncias feitas por pesquisadores especializados em cavernas — os chamados espeleólogos —, o turismo desordenado foi suspenso. Além disso, os desafios de acesso interno, como os intensos desníveis e a alta umidade, contribuíram para a decisão de interditar as visitas públicas.
Hoje, apenas poucos guias autorizados conduzem expedições ao interior da caverna. A liberação definitiva para visitação ainda depende da elaboração e aprovação de um plano de manejo, documento para garantir a conservação do espaço e a segurança dos visitantes. O que muitos não sabem é que a interrupção do fluxo turístico também auxilia na preservação da fauna local, especialmente de espécies ameaçadas.
Entre os habitantes mais sensíveis da Caverna dos Ecos está o Morceguinho-do-Cerrado, uma espécie considerada em risco de extinção pelo próprio ICMBio. Por depender exclusivamente dessas formações rochosas como habitat natural, a presença descontrolada de turistas colocava sua sobrevivência em risco. Afinal, como apontam os especialistas, o turismo sem regulamentação é uma das principais causas da degradação de ecossistemas sensíveis e da perda de biodiversidade.
Veja fotos da Caverna dos Ecos:
Além de seu valor ecológico, a Caverna dos Ecos chama atenção pelas dimensões impressionantes e pelas águas cristalinas de seu lago subterrâneo. Em alguns trechos, a profundidade do lago pode chegar a 9 metros. A combinação de micaxisto e calcário em sua formação confere características únicas ao local, tornando-o uma referência no estudo de cavernas em toda a América Latina.
A cidade de Cocalzinho de Goiás, que abriga essa maravilha natural, também se destaca por outros atrativos turísticos. Cercada por uma rede de rios — como o Corumbá, Areias, Oliveira Costa e Verde —, a região oferece diversas cachoeiras, entre elas a dos Caiapós, do Morrinho dos Pireneus e do Pedro Belo. Esses cursos d’água formam piscinas naturais de águas límpidas e quedas d’água de variados tamanhos, que encantam os visitantes.
Adicionalmente, o relevo montanhoso da cidade reforça seu potencial turístico e ecológico. Montanhas, serras e grutas se espalham pela paisagem, proporcionando cenários de tirar o fôlego. Não por acaso, o município abriga uma parte do Parque Estadual da Serra dos Pireneus, a maior serra das bacias dos rios Amazonas e Paraná. Essa formação montanhosa abriga vegetação típica do Cerrado e oferece vistas panorâmicas que atraem aventureiros e amantes da natureza.
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