Um novo estudo internacional reacendeu as esperanças de conservação do saola (Pseudoryx nghetinhensis), uma das espécies mais raras do mundo, apelidada de “unicórnio asiático”. O animal, avistado pela última vez em 2013 nas florestas montanhosas entre o Vietnã e o Laos, pode já estar extinto, mas os cientistas ainda veem sinais que indicam a possibilidade de sua sobrevivência.
“Agora, a existência de saolas vivos não pode ser provada nem refutada”, afirmou Nguyen Quoc Dung, do Instituto de Planejamento e Inventário Florestal do Vietnã. “Mas, dado o isolamento do seu habitat, ainda há sinais que nos dão esperança.”
Veja vídeo raro do unicórnio:
Pesquisadores de vários países conseguiram sequenciar, pela primeira vez, o genoma completo da espécie, a partir de fragmentos de ossos e tecidos obtidos em residências de caçadores. O estudo, publicado na revista Cell, revelou que a população do saola sempre foi reduzida — com menos de 5 mil indivíduos ao longo dos últimos 10 mil anos — e está dividida em dois grupos geneticamente distintos.
“Ficamos surpresos ao descobrir que a espécie está dividida em duas populações com diferenças genéticas relevantes”, disse o pesquisador Genís Garcia Erill, autor principal da pesquisa. “Essa diversidade complementar pode ser essencial para a sobrevivência da espécie.”
Com base nos dados genéticos, os cientistas defendem a criação de um programa de reprodução em cativeiro que reúna exemplares dos dois grupos identificados. “Se conseguirmos reunir ao menos uma dúzia de saolas – idealmente de ambas as populações –, o modelo mostra que a sobrevivência da espécie é possível”, afirmou Rasmus Heller, da Universidade de Copenhague.
A nova base genética também pode impulsionar a busca por indivíduos vivos usando tecnologias de rastreamento por DNA ambiental. “Agora temos ferramentas melhores para detectar fragmentos de DNA”, explicou Minh Duc Le, da Universidade Nacional do Vietnã.
Mesmo que o saola já esteja extinto, os dados coletados representam um marco importante. Com os avanços da biotecnologia, os cientistas não descartam que a informação genética possa ser útil em projetos de desextinção no futuro.
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