
Celebridades divulgaram o caso e pedem ajuda para Emanuel Apory, baleado pelo delegado Luiz Alberto Braga de Queiroz, na madrugada da segunda (5). Luana Piovani cobra justiça para morador de Fernando de Noronha baleado por delegado
Luana Piovani, Paulo Vilhena e Bruna Griphao, celebridades que frequentam Fernando de Noronha, usaram a internet para pedir justiça para o autônomo Emanuel Apory, que foi baleado pelo delegado Luiz Alberto Braga de Queiroz, na madrugada de segunda (5).
Emanuel Pedro Apory, de 26 anos, levou dois tiros na perna desferidos pelo policial depois de uma briga, no Forte dos Remédios. A vítima teve fratura exposta e passou por uma cirurgia. Os artistas também iniciaram uma campanha para angariar apoio financeiro para o tratamento de Emanuel (veja vídeo abaixo).
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Luana Piovani, que frequenta Noronha há mais de 20 anos e tem muitos amigos na ilha, relatou o que aconteceu e cobrou providências do governo do estado.
“O que é isso, governo de Pernambuco? Noronha é uma ilha pacífica, não tem um crime há não sei quantos anos, fora vocês pegarem o dinheiro que a gente dá e não colocam na ilha; a ilha caindo aos pedaços”, declarou Luana.
A atriz também fez um apelo para ajudar o rapaz que foi baleado. “Quero saber que morador foi esse que tomou tiro. Vamos fazer uma vaquinha, vamos ajudar, vamos fazer coisas”, disse Luana Piovani.
O g1 entrou em contato com a Administração de Fernando de Noronha, que representa o governo do estado na ilha, mas até a última atualização desta reportagem não houve resposta.
A também atriz Bruna Griphao é outra frequentadora de Fernando de Noronha. Ela divulgou notícia sobre o caso e pediu doações para a vítima.
Paulo Vilhena, outro artista que visita a ilha há muitos anos, também falou do assunto na internet.
“Noronha é um lugar que amo e tento ajudar. É uma violência descabida e brutal, não tem como não se compadecer com a vítima. Precisamos ajudar o rapaz e buscar justiça para os fatos”, disse o ator.
Paulo Vilhena falou sobre os protestos realizados pelos moradores. “A violência não pode ser normalizada. Não podemos aceitar passivamente. A comunidade fez os protestos indignada com o crime. Eu vi a necessidade de me manifestar e espero ter ajudado”, declarou Vilhena.
Morador é abordado pelo delegado antes dos tiros
Ana Clara Marinho/Reprodução
Confira o que se sabe o caso
Emanuel Pedro Apory, de 26 anos, foi baleado na perna pelo delegado substituto da ilha, Luiz Alberto Braga de Queiroz, durante uma discussão no Forte dos Remédios. A vítima trabalha com a locação de barracas de praia.
Segundo testemunhas, os tiros foram disparados após uma discussão provocada por ciúmes.
O ambulante foi socorrido e levado para o Hospital São Lucas. Ele precisou ser transferido para o Recife, onde está internado no Hospital da Restauração, no bairro do Derby.
A vítima passou por cirurgia e ainda não tem previsão de alta.
A Polícia Civil de Pernambuco instaurou um inquérito, conduzido pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
A Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) informou que, ao tomar conhecimento do caso, instaurou um procedimento preliminar e acompanha a investigação.
A Secretaria de Defesa Social (SDS) disse que “um inquérito foi instaurado por portaria e que o acusado já foi ouvido, e a arma, recolhida”.
O que diz a defesa do delegado
O advogado Rodrigo Almendra, que defende o delegado Luiz Alberto Braga de Queiroz, disse que, no momento, vai se pronunciar replicando nota da Associação dos Delegados do Estado de Pernambuco (Adepe).
Adepe manifestou o apoio a Luiz Alberto Braga de Queiroz e disse que ele atuou em “legítima defesa, diante de agressões injustas”. Disse também que o delegado se identificou como policial, recolhendo sua arma ao coldre em seguida, e que a abordagem ocorreu por causa de comportamento “reiterado de perseguição/importunação contra sua companheira”.
Mesmo ciente de que se tratava de um delegado que estava com uma arma de fogo, o homem “deu início a violentas agressões físicas, demonstrando intenção de desarmá-lo”;
Diante da “agressão injusta”, o delegado reagiu com um disparo, “com objetivo de cessar a agressão e preservar vidas”:
O delegado não havia consumido bebida alcoólica e apresentou-se espontaneamente ao delegado da Polícia Federal, única autoridade policial disponível na localidade no momento;
Luiz Alberto Braga de Queiroz sugeriu e foi encaminhado, via ofício, ao Instituto Médico Legal (IML) “para realizar exame de sangue (para comprovar ausência de ingestão alcoólica); e exame de corpo de delito (para atestar lesões sofridas durante agressão que motivou a reação legítima”.
O que diz a defesa do rapaz baleado
A defesa de Emmanuel Pedro Gonçalves Apory recebeu com surpresa e indignação a informação de que o delegado de polícia Luiz Alberto Braga, não foi autuado em flagrante após agredir a tiros o jovem noronhense;
O fato, filmado e divulgado na imprensa local e nacional, “revoltou a população da ilha, que conhece o caráter pacífico da vítima”;
O delegado, ao contrário, já tem histórico de “desentendimentos”, inclusive com um advogado no exercício da advocacia;
A defesa de Emanuel Apory vai representar diretamente à governadora Raquel Lyra (PSD), solicitando o imediato afastamento do delegado, nos termos do art. 14 da Lei Complementar nº 158, especialmente a proibição de portar arma;
A defesa de Emanuel Apory solicitará ao procurador Geral de Justiça a designação de um promotor para acompanhar as investigações.
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