A quem interessa a CPI do INSS?

Por Blog do Tales Faria

O golpe contra aposentados do INSS começou em 2019, mas o governo atual não está livre. Isso porque foi sob a administração da equipe empossada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tendo à frente o ministro demitido Carlos Lupi (PDT), que a fraude ganhou grande impulso.

No entanto, isso também não livra as administrações anteriores do julgamento da opinião pública. É aí que o governo se fia para apostar que a Comissão Parlamentar de Investigação do INSS não vai muito à frente.

Em 2019, por exemplo, era secretário especial de Previdência o atual líder da Oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), que também foi líder do seu partido, o PL.

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Marinho é uma figura respeitada no Congresso. Ter sido secretário quando o golpe começou não quer dizer que esteja envolvido. Mas o PL terá interesse em ver seu líder arrolado pela CPI com suspeitas jogadas sobre seus ombros?

Piores do que o caso dele há o de vários outros parlamentares dos mais variados partidos. Ou fizeram lobby em favor dos descontos em folha das tais “mensalidades associativas”, ou apresentaram projetos que dificultavam a fiscalização.

Tratam-se de parlamentares de todas as matizes, de esquerda ou de direita, como é o caso do atual ministro da Previdência, o ex-deputado Wolney Queiroz (PDT-PE), tão respeitado no Congresso quanto Marinho.

Wolney assinou com cinco outros parlamentares de esquerda uma emenda que aumentou, por causa da pandemia, o prazo de autorizações dos descontos. Isso beneficiou as entidades fraudulentas.

A justificativa para esticar o prazo é razoável: a pandemia do coronavirus. Assim como há explicações razoáveis para Rogério Marinho dizer que, como então secretário, não pode ser responsabilizado diretamente por toda fraude que tenha ocorrido na Previdência.

Também terão explicações bastante razoáveis para sua atuação muitos dos lobistas e dos parlamentares que defenderam os descontos.

Mas a pergunta que interessa agora é: esse pessoal vai querer ver seus nomes misturados ao noticiário de tramoias que será levantado pela CPI. Vão querer mesmo?

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