Estar alinhado com Donald Trump tem sido fatal nas últimas semanas. Com ou sem um apoio direto, se atrelar aos ideais do presidente dos Estados Unidos sinaliza derrota, como foi com os conservadores canadenses e agora com os australianos.
No último sábado (3), o Partido Trabalhista da Austrália venceu as eleições e com isso o primeiro-ministro Anthony Albanese permanece no posto. Ele é primeiro premiê em 20 anos a se manter por duas eleições. Os trabalhistas conquistaram sozinhos, pelo menos, 85 cadeiras no parlamento, obtendo a maioria absoluta dentre as 150 vagas. Já o Partido Liberal, de direita, deve eleger 39 parlamentares.
Logo após a confirmação da vitória antecipada, o primeiro-ministro foi às redes e soltou as seguintes frases: “De volta à construção do futuro da Austrália” […] De volta ao trabalho. Não vamos perder um minuto.”
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Os resultados finais ainda são aguardados para uma definição precisa, incluindo dos demais partidos. No entanto, o que já se sabe, além da manutenção da centro-esquerda no poder, é que o apoio de Trump é um verdadeiro “beijo de morte”.
O líder da direita, Peter Dutton, teve uma campanha pautada nos mesmos ideais do norte-americano e, assim, o seu partido não somente sofreu uma derrota histórica, como nem mesmo Dutton conseguiu renovar seu cargo parlamentar, que mantinha por 24 anos.
Anti-Trump
Não havia perspectiva de vitória pelos trabalhistas no começo do ano. As pesquisas captavam a insatisfação popular, reflexo do cenário global que impôs dificuldades e encarecimento do custo de vida na maioria dos países.
Apesar disso, a unidade foi encontrada por Albanese em tratar como prioridade soluções para os altos preços na saúde e moradia, além de adotar um discurso voltado para o meio ambiente e de atenção com as mudanças climáticas.
Porém, talvez o que mais tenha pesado a seu favor foi a postura Anti-Trump, no caso, refletida no ‘Trump australiano’ encarnado pelo rival de direita Peter Dutton.
Ainda que tenha evitado utilizar o nome de Trump, o líder do Partido Liberal é visto pela população com a mesma ideologia. Portanto, ter a imagem ligada ao presidente dos EUA pegou mal com o descrédito que o norte-americano tem passado nos últimos meses após iniciar uma guerra tarifária contra diversos países, causando conflitos e atraindo insatisfação interna.
Para completar, da mesma forma Dutton mantinha opiniões conservadoras sobre imigração e pelo corte de gastos públicos em um momento em que a população mais precisa do Estado.
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