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WAGNER CHALÓ/RIO BRANCO
Nos últimos anos, os principais clubes do futebol capixaba têm buscado reestruturação financeira e esportiva por meio de investimentos, quitação de dívidas e adesão ao modelo de clube-empresa ou SAF (Sociedade Anônima do Futebol).As formas de gestão variam: enquanto as SAFs contam com sócios investidores, os clubes associativos são geridos por representantes eleitos. O Vitória segue no modelo mais tradicional, mas está aberto a se tornar uma SAF, desde que as negociações considerem o patrimônio milionário do clube. O presidente do Conselho Deliberativo, Antônio Perovano, explica como o clube tem buscado recursos:“O futebol é um brinquedinho muito caro. Conseguimos recursos por meio da construção e venda de lojas na área do clube, doações de diretores, patrocínios e apoio de investidores que acreditam no Vitória FC”, disse Perovano.A Desportiva Ferroviária já possui um acordo vinculante para operar como SAF desde outubro de 2023 e aguarda a resolução de pendências jurídicas. Os investimentos abrangem todas as áreas do clube, e o plano é ambicioso.“Prevemos um total de R$ 116 milhões em 10 anos. A cada objetivo conquistado, aumentamos o investimento para seguir para a próxima etapa”, afirmou o CEO Gabriel Venturim.O Rio Branco vive uma fase de sucesso após dois anos como SAF. Com dois títulos estaduais e estrutura profissional em expansão, o clube tem colhido os frutos da transformação.“Foram investidos R$ 10 milhões nos primeiros dois anos, com a folha salarial sendo multiplicada por 20 nesse período. As receitas do Rio Branco também cresceram 700%”, destacou o CEO Renato Antunes.O Porto Vitória, criado já como clube-empresa em 2014, investe cerca de R$ 900 mil mensais, englobando categorias de base e profissional. Mesmo operando em déficit, o presidente Vinícius Coelho aposta no retorno futuro.“Acreditamos que esse investimento terá um retorno positivo. Já realizamos algumas vendas de atletas. Estamos confiantes de que estamos no caminho certo”, disse.O Serra, por fim, possui o menor orçamento entre as equipes citadas, mas, segundo o presidente Ervino Kuster, a situação financeira do clube está equilibrada.“Ainda não estamos recebendo investimentos, mas estamos trabalhando com emendas”, pontuou Kuster.ES enfrenta desafios diversosApesar dos avanços recentes do futebol capixaba, os dirigentes dos clubes citaram pontos que ainda precisam de melhorias no Estado, como patrocínios, visibilidade, arbitragem e captação de atletas, por exemplo.Na visão de Antônio Perovano, do Vitória, o futebol do Espírito Santo ficou mais de 30 anos parado e, apenas a partir de 2020, os times começaram a se movimentar para reerguê-lo.“Ainda enfrentamos dificuldades: muitas grandes empresas do Espírito Santo não patrocinam o futebol local — algumas até apoiam clubes de outros Estados. Outro fator negativo foi o abandono por parte das mídias esportivas, que deixaram de dar visibilidade ao nosso futebol, especialmente após a queda para a Série D”, pontuou Perovano.Ervinio, do Serra, citou os mesmos pontos. Gabriel Venturim, CEO da Desportiva, destacou outras questões:“A arbitragem ainda está abaixo do nível esperado, inferior à média nacional. As condições dos gramados — inclusive o nosso —, dos estádios e dos equipamentos de jogo também prejudicam o andamento do campeonato”, frisou.Venturim também mencionou as dificuldades com os locais para treinamentos e a pouca atratividade para que atletas de fora venham atuar no Espírito Santo:“Muitos ainda veem o futebol capixaba como uma modalidade com pouca visibilidade e poucas oportunidades. Isso acaba fazendo com que muitos atletas deixem de vir para cá. No entanto, quem está aqui sabe que o futebol capixaba é competitivo e desafiador.”“Embora consigamos atrair alguns, isso ocorre com bastante dificuldade, muito maior do que os centros maiores enfrentam para captar jogadores”, concluiu o dirigente grená.Opiniões
Nova diretoria do Vitória:
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“O futebol é um brinquedinho muito caro. Conseguimos recursos através de vendas, doações de diretores, patrocínios e apoio de investidores”Antônio Perovano, presidente do Conselho Deliberativo do Vitória
RENATO ANTUNES quer corrigir a rota do Rio Branco na temporada e recuperar a confiança do elenco
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“Foram investidos R$ 10 milhões nos primeiros dois anos, com a folha salarial sendo multiplicada por 20 nesse período. As receitas do Rio Branco também cresceram em 700%”Renato Antunes, CEO do Rio Branco
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“Acreditamos que esse investimento terá um retorno positivo no futuro. Já realizamos algumas vendas de atleta. Estamos confiantes de que estamos no caminho certo”Vinícius Coelho, presidente do Porto
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“Prevemos um total de R$ 116 milhões em 10 anos. A cada objetivo conquistado, aumentamos o investimento para seguir para a próxima etapa”Gabriel Venturim, CEO da Desportiva
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“A situação financeira está sanada. Ainda não estamos recebendo investimento, mas estamos trabalhando com emendas”Erivinio Kuster, presidente do Serra