Hugo Motta, a dor e a delícia de ser o que é

Por Luis Tôrres
Do Blog do Luis Tôrres

Hugo Motta viveu dias de popstar em sua passagem pelo sertão paraibano neste feriadão. Juntou gente, tirou fotos, deu entrevistas, foi saudado como “governador” e ainda ouviu apelo de prefeitos pedindo sua candidatura na Paraíba em 2026.

Um combustível infalível para recuperar as energias e voltar a enfrentar, a partir de segunda, a pressão tamanho Brasil que é presidir a Câmara dos Deputados. O jovem paraibano, no entanto, vive a dicotomia de encarnar o bom e o ruim na mesma criatura.

Se de um lado se apresenta como um dos melhores nomes para a disputa ao governo, conforme desejam muitos de seus aliados, do outro, esse sonho se transformaria num pesadelo caso a imprensa nacional descubra isso e estampe nas manchetes: Hugo vai disputar o governo da Paraíba em 2026.

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A afirmação deflagraria uma sucessão antecipada no Congresso Nacional que transformaria seu mandato como presidente insustentável. Assim, a melhor coisa que Hugo Motta poderia ouvir da Paraíba, que é o grito de “governador” por onde passa, seria a pior coisa que ele poderia ouvir em Brasília.

Porque esse tema para ele só pode ser tratado em junho de 2026, e de sopetão, pegando a todos de (fingida) surpresa. Antes, reduziria sua capacidade de consolidar poder nacional e controlar aquilo que, com poder absoluto e com perspectiva de reeleição, já é muito difícil de fazer.

Por isso, inclusive, que o prazo de Hugo é diferente para todos os outros. E, talvez, para ele, também seja melhor definir nomes da base governista a fim de que ele mesmo fique livre de alguém gritar do plenário da Câmara, numa sessão qualquer, “governador!”.

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