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Fabio Nunes / AT
No estádio Salvador Costa, o tradicional Ninho da Águia, é no alambrado que a paixão do torcedor do Vitória se revela em estado bruto. De camisas azul e branca, cores que simbolizam o orgulho Alvianil, eles se amontoam na grade, vibrando a poucos metros do campo.Cada dividida, cada ataque é acompanhado de perto, com gritos roucos e punhos cerrados agarrados às ferragens. Mais do que um costume, estar ali, colado ao alambrado, virou uma marca da torcida e uma forma intensa de viver o futebol em Bento Ferreira.Na semifinal do último Capixabão, contra o Porto Vitória, a torcida Alvianil lotou as arquibancadas e se amontoou próxima ao alambrado do Salvador Costa para apoiar o time, com mais de 2.800 torcedores presentes. No triunfo de ontem, contra o Real Noroeste, pela Copa Espírito Santo, a tradição do público se repetiu. Welder Coutinho, de 37 anos, levou o filho Benjamin Coutinho, 10, e o sobrinho Pedro Cariri, 16, para incentivar a equipe nas grades do estádio. “São muitos anos acompanhando do alambrado. Desde a minha infância, meu pai me traz aqui nos jogos do Vitória e virou uma tradição da família. A gente grita, bate palma, elogia, critica, mas todos os jogos nós estamos aqui no Salvador Costa. A família alvianil está só crescendo, a cada dia que passa”, disse Welder. Para ele, ficar em pé, próximo ao campo, faz a diferença. “É totalmente diferente. Você tem mais contato com os jogadores aqui, diferentemente de quando você está em casa, assistindo pela televisão, pelo telefone”.Heitor Pereira, de 32 anos, acha que a presença da torcida no alambrado é capaz de mudar partidas. “Acreditamos que nossa atuação é muito importante para o time, porque temos uma visão que o treinador nem sempre consegue ter. Por isso, estamos sempre presentes acompanhando”. “Por incrível que pareça, a gente consegue até ajudar nas substituições, dando conselhos e sugestões de nomes. Muita gente pensa que a gente atrapalha, cornetando e prejudicando o treinador, mas vejo que nossa função é ajudar o time e trazer visões que ele não consegue enxergar”, afirmou.