Após fusão com Podemos, PSDB articula nova federação com Republicanos e Cidadania

Em meio ao processo de fusão entre PSDB e Podemos, que avança nos bastidores de Brasília, lideranças tucanas já articulam um novo movimento político: a criação de uma federação com o Republicanos e o Cidadania. O objetivo é garantir a sobrevivência e a relevância do partido no cenário nacional, diante das regras eleitorais que impõem limites para legendas que não atingirem a cláusula de barreira. As informações são do O Globo.

A ideia, conforme relatos de integrantes da executiva nacional do PSDB, é concluir primeiro a fusão com o Podemos — processo que deve unir de forma definitiva as duas siglas, criando uma nova legenda com maior robustez parlamentar — e, na sequência, formalizar uma federação com outras legendas de perfil semelhante. Nesse novo arranjo, o Republicanos e o Cidadania aparecem como os principais alvos. 

A federação partidária, embora menos profunda que a fusão, exige um compromisso: os partidos que a integram devem permanecer unidos por pelo menos quatro anos. Ao contrário da fusão, em que as legendas deixam de existir separadamente, na federação elas mantêm sua identidade jurídica, mas atuam de forma unificada em decisões legislativas, estratégicas e eleitorais.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), atualmente existem três federações registradas: a maior delas é formada por PT, PCdoB e PV; as outras reúnem PSOL e Rede, e PSDB com o próprio Cidadania — esta última, porém, está em vias de ser desfeita.

Essa tentativa de reeditar uma aliança com o Cidadania, no entanto, enfrenta resistência interna. Parte do partido não vê vantagem na medida. Em março deste ano, o diretório nacional do Cidadania decidiu romper com a federação firmada com o PSDB em 2022.

A justificativa foi contundente: a parceria teria gerado prejuízos institucionais à legenda, como a perda de representantes em prefeituras, assembleias estaduais, câmaras municipais e no Congresso Nacional. Apesar disso, os tucanos apostam que, com o reforço trazido pela fusão com o Podemos, o novo cenário pode ser mais vantajoso para os aliados.

A estratégia por trás dessas movimentações envolve também aspectos financeiros e operacionais. Nas fusões partidárias, os recursos públicos — tanto do fundo partidário quanto do fundo eleitoral — passam a ser repassados de forma unificada para o novo partido. Já nas federações, apesar de as legendas somarem seus desempenhos para fins de cláusula de barreira, os repasses de verbas continuam sendo feitos separadamente. 

Assim, cada sigla mantém autonomia na administração do dinheiro público, embora possam firmar acordos internos para compartilhar os recursos, especialmente em campanhas.

Essa flexibilidade atrai algumas siglas, mas não todas. No caso do Republicanos, por exemplo, os obstáculos para um acordo ainda são consideráveis. Embora tenha sido procurado por emissários do PSDB, o partido demonstra cautela. Dirigentes da sigla avaliam que uma aliança com o novo partido tucano — que resultaria da fusão entre PSDB e Podemos — não traria, neste momento, ganhos políticos relevantes.

O Republicanos, inclusive, recusou a recente proposta de federação apresentada por PP e União Brasil, que anunciaram nesta semana a criação de uma poderosa aliança com grande capilaridade nacional.

A federação entre PSDB, Podemos, Republicanos e Cidadania se desenha como um projeto de médio prazo. Embora desejada pelos tucanos, sua viabilidade depende de uma série de fatores: desde a conclusão formal da fusão com o Podemos até a superação das divergências internas nas outras legendas.

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