Dívida do Corinthians cresceu R$ 829 mi no 1º ano da gestão de Augusto, diz órgão do clube

O Conselho Deliberativo do Corinthians está votando, na noite desta segunda-feira, 28, as contas relativas a 2024, primeiro ano da gestão do presidente Augusto Melo. Durante a reunião no Parque São Jorge, para recomendar a reprovação das contas, o Conselho de Orientação (CORI) apresentou um parecer em que aponta que o passivo total do clube teve um aumento de R$ 829 milhões ao longo do ano passado. Tal valor é o maior do que os cerca de R$ 600 milhões demonstrados no balanço financeiro apresentado pela diretoria para aprovação das contas. O parecer lista diversos outros motivos ligados à falta de transparência, como, por exemplo, a não apresentação do contrato do jogador Memphis Depay.

“Tendo em vista os relevantes valores de pagamentos ao jogador divulgados pela imprensa não pudemos opinar sobre a valores pagos pelo patrocinador e pagos pelo clube que podem ter impacto relevante junto aos valores orçados e impacto no fluxo de caixa do clube”, diz o texto.Ao final do documento, o CORI conclui que a “reprovação preserva a instituição junto aos órgãos de controle como por exemplo PROFUT, demonstrando a efetividade na atuação dos órgãos fiscalizadores internos do clube e funcionamento junto á instituição, bem como a indicação de Gestão Temerária”.Augusto Melo chegou a tentar adiar a votação desta segunda, mas o pedido foi negado por Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho e figura central da guerra política em curso nos bastidores do clube.Contas reprovadas permitem pedido de impeachmentTer as contas reprovadas é um dos itens estabelecidos pelo estatuto do Corinthians como motivo para impeachment. O artigo 106, o mesmo que lista as razões para destituição, também determina inelegibilidade por dez anos para o gestor que praticar “gestão irregular ou temerária”. Tal punição está prevista na Lei Geral do Esporte e se estende a qualquer entidade esportiva. “Os dirigentes que praticarem atos de gestão irregular ou temerária poderão ser responsabilizados por meio de mecanismos de controle social internos da organização, sem prejuízo da adoção das providências necessárias à apuração das eventuais responsabilidades civil e penal”, diz a lei. Em 2021, o Conselho Deliberativo do Corinthians reprovou as contas de 2019, penúltimo ano da segunda gestão de Andrés Sanchez. Como ele não era mais presidente no ano em que houve a reprovação, não houve debate sobre impeachment, porém se levantou a possibilidade de punições como suspensão ou ilegibilidade. Nenhuma foi levada adiantes. Essas consequências dependiam de ações do Conselho de Ética, na época presidido por André Negão, aliado de Andrés e derrotado por Augusto Melo nas eleições à presidência, em 2023.

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