
Ainda Estou Aqui, filme dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres, fez história no Prêmio Platino 2025, conquistando as estatuetas de Melhor Direção, Melhor Atriz e, pela primeira vez para o Brasil, Melhor Filme. A produção reafirma a força do cinema brasileiro no cenário internacional.
A cerimônia foi realizada neste domingo (27), em Madri, na Espanha. Criado em 2014, o Platino é o principal prêmio para produções cinematográficas e audiovisuais da Ibero-América, reunindo países de língua espanhola e portuguesa.
Impossibilitada de comparecer à premiação por compromissos de trabalho, Fernanda Torres foi representada pela atriz Valentina Herszage, de 27 anos, que interpretou Vera Paiva no longa. No palco, Valentina leu um discurso enviado por Fernanda, que destacou o significado pessoal e político da obra:
“Sou fruto da cultura ibero-americana, a península Ibérica é minha segunda casa, e esse reconhecimento reforça em mim o orgulho de fazer parte de uma força cultural que no cinema pariu artistas como Luis Buñuel, Pedro Almodóvar, Alejandro Iñarritu, Alfonso Cuarón, Ricardo Darín, Norma Alejandro, Penélope Cruz, Javier Bardem, Marisa Paredes, de Glauber Rocha a Fernanda Montenegro”, declarou Fernanda.
Ela também ressaltou o caráter coletivo da produção: “Esse é um filme sobre uma família, feito por uma família de artistas. Receber esse prêmio pelas mãos de Valentina, que foi minha filha na ficção, representa todos que estiveram comigo: Selton, Luiza, Bárbara, Guilherme e Cora. Sem eles, a minha Eunice jamais existiria.”
Fernanda fez questão de enfatizar a importância histórica da narrativa de Ainda Estou Aqui, que aborda a repressão da ditadura militar no Brasil: “Walter é o coração desse filme raro, tão humano e delicado, sobre a brutalidade da ditadura militar do Brasil, uma das tantas que se espalharam pelas Américas no período da Guerra Fria.”
No encerramento do discurso, deixou uma mensagem direta: “Através de Eunice Paiva revisitei o horror da ditadura que conheci em criança. Essa grande brasileira nos ensina a resistir com alegria e civilidade, sem nos dobrarmos ao autoritarismo. Em nome da Família Paiva e de todos que defenderam a arte e a democracia, eu repito: ditadura nunca mais!”
Baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, Ainda Estou Aqui conta a história real de Eunice Paiva, que enfrenta o desaparecimento do marido em meio à repressão política, reconstruindo sua vida e mantendo viva a memória do amor e da justiça.
O longa já acumula nove prêmios internacionais, entre eles o cobiçado Oscar de Melhor Filme Internacional, e agora marca seu nome também no Platino como um símbolo do cinema brasileiro contemporâneo.
“Senna“
Além do cinema, o Brasil também brilhou nas séries. A minissérie Senna venceu na categoria de Melhor Criador de Série, premiando o trabalho de Vicente Amorim, Fernando Coimbra, Luiz Bolognesi e Patrícia Andrade. A produção revive a trajetória do piloto Ayrton Senna, morto no GP de San Marino em 1994, e emociona ao recontar sua vida dentro e fora das pistas.
Já Andréia Horta recebeu indicação como Melhor Atriz em Série ou Minissérie por Cidade de Deus: A Luta Não Para, mas o prêmio ficou com Candela Peña, da produção espanhola O Caso Asunta.
__
com agências
O post “Ainda Estou Aqui” brilha no Platino 2025 e faz história para o Brasil apareceu primeiro em Vermelho.