A triste demolição do Palácio Monroe

O Rio de Janeiro da década de 1970 viu o chão se abrir para construir a linha do metrô. Saía da Zona Sul e, depois do Aterro do Flamengo, virava à esquerda em direção à Zona Norte. Perto desta curva ficava o Palácio Monroe. Desde a inauguração de Brasília que já não abrigava mais a sede do Senado Federal. Os engenheiros do metrô queriam demoli-lo porque estaria atrapalhando a construção das linhas. Até Lucio Costa, que fez os projetos do Plano Piloto de Brasília e da Barra da Tijuca, apoiou o fim do Monroe. Em artigos nos jornais, arquitetos debatiam se o palácio deveria ou não ser demolido. E lá se foi o palácio desaparecer do horizonte carioca.

O Monroe foi construído em 1904 para ser apresentado na Exposição Internacional, nos Estados Unidos. A estrutura metálica favoreceu a montagem e a desmontagem da imponente obra arquitetônica. Logo após a exposição, o palácio foi montado no final da Rua do Passeio, na Cinelândia. Sua inauguração aconteceu em 1906, quando o Brasil sediava a Terceira Conferência Pan Americana. O nome do palácio foi sugerido pelo Barão de Rio Branco, uma homenagem ao quinto presidente norte americano James Monroe.

Em 28 de abril de 1925, o palácio virou sede do Senado Federal. Com Brasilia pronta, em 1960 o Rio não era mais capital federal e o Senado dividia com a Câmara uma parte da Praça dos Três Poderes. E o que fazer com o Monroe? Com o começo das obras do metrô, tentaram manter os prédios históricos do Centro do Rio. Mas o palácio histórico não foi poupado. Entre janeiro e março de 1976, começou a demolição do Monroe. Ficou um vazio no Centro do Rio. Hoje, o local é a Praça Mahattma Ghandi. Se fosse carioca, Adoniran Barbosa cantaria o Saudoso Monroe, o impiedoso progresso e os homens com as ferramentas desmontaram o palácio que havia ali.

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