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O primeiro grande shopping do Espírito Santo prepara a inauguração de um novo espaço, com 14 lojas. É a Ala Parque, que ocupará o espaço da antiga unidade das Lojas Americanas. O local terá entre os destaques marcas de moda para as mulheres.Foi o que contou o diretor-geral do Shopping Vitória, Raphael Brotto, durante o videocast Histórias Empresariais. Ele revelou que há planos de ampliar o centro comercial em um futuro mais distante — nada para o próximo ano —, abrindo espaço para mais lojas, visando atender ao crescimento imobiliário e populacional do entorno, na Enseada do Suá e Curva da Jurema.Já quanto à Ala Parque, a previsão é que a abertura seja em outubro ou novembro, o que vai mudar toda a dinâmica do shopping, inclusive o trânsito ao redor. Os detalhes podem ser conferidos na entrevista completa.
Projeção da Ala Parque, que está 100% locada e terá praças, lojas de grife feminina e uma “pegada gourmet”
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Com uma história profissional que se confunde com a do empreendimento que dirige, Brotto teve sua primeira experiência no shopping trabalhando como gerente de um restaurante da praça de alimentação do próprio centro comercial. Depois, se especializou na área, da qual fala de forma apaixonada e com riqueza de detalhes.Efusivo, não esconde o brilho nos olhos ao contar a história do centro de compras, inaugurado em 1993. De conversa fácil, ele contou que a Ala Parque será espaçosa, com praças e uma “pegada gourmet”. E destacou o projeto arquitetônico do espaço que será aberto.A Tribuna — O Shopping Vitória está prestes a inaugurar a Ala Parque. Mas, além disso, há alguma ideia, algum plano sobre novas ampliações?Raphael Brotto — A gente, internamente, tem conversado muito sobre o que fazer com o Shopping Vitória vis-à-vis da demanda, com o que está chegando, com os nossos vizinhos, pensando sempre nessa questão da centralidade. E a gente decidiu o seguinte: olha, precisamos fazer um projeto. É hora de fazer um projeto.Vamos pensar, vamos queimar a cabeça, estudar, fazer pesquisa, entender mais ainda o que o nosso público quer, a quantidade que a gente pode fazer para colocar tudo no papel. Mas se me perguntar: “vai fazer o que amanhã?”, a resposta é: “nada”. Absolutamente nada. Só projeto.Projeto de shopping center é muito delicado, você não pode errar. A Ala Parque é uma miniexpansão. São 14 lojas, é pouquinho. Mas, dependendo do tamanho, você faz, sei lá, 50 lojas.Muita gente vai morar ali na região vizinha, e por isso a pergunta: será que o tamanho do shopping hoje é suficiente?Não é suficiente, isso eu garanto. Hoje me procuram e falam: “me arruma uma loja aí, arrumei uma franquia tal, quero chegar no shopping”. E eu não tenho. E aí, a gente tem de pensar, sim, como crescer o shopping, mas de forma sustentável. É isso que é a chave do negócio. É você criar uma ampliação de um shopping sem prejudicar quem já está, e não deixando que ela chegue fraca.Então, são vários, vários e vários estudos, várias, várias e várias pesquisas até você achar o melhor formato. E a gente está no meio disso tudo agora, pensando no que fazer, botando tudo no papel.Mas se você me perguntar se a gente começa uma obra amanhã ou ano que vem, sem chance.O shopping tem dois pavimentos. Se fosse ampliar, aumentaria a altura ou seria no espaço do estacionamento?Nossa região é limitada de altura. Tanto que os (novos) prédios que estão saindo, você pode ver que eles são baixos. Ali, a gente faz a proteção do Convento da Penha. Então a gente só pode construir até 20 metros (de altura). Isso está no PDU (Plano de Desenvolvimento Urbano) da cidade e também decretado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).Então, eu não posso crescer, não posso subir o shopping. A maior altura é 20 metros. Eu ainda poderia subir um andar, mas a gente já viu que tecnicamente não é viável, por conta de estrutura, essa coisa toda. E se o shopping for fazer alguma coisa, ele vai fazer para aquele estacionamento mesmo.Era aonde eu queria chegar, porque, em dias de muito movimento, o estacionamento já fica perto da lotação…Ah, mas aí você “afunda” o carro, faz (a ampliação) por cima. O estacionamento está sofrendo um fenômeno, para todos os shoppings no Brasil. Sofrem um “efeito-sanfona” muito forte. A maior parte do tempo, fica ocioso e, na hora de um pico, ele “bomba”.Então fica, de fato, em alguns momentos, complicado achar vaga. Mas em qualquer shopping, na maioria das vezes, dependendo da hora do dia, você vai achar vaga fácil. E o perfil de acesso ao shopping mudou muito.Você tem cada vez menos gente indo de carro, mais gente indo com outro tipo de transporte. Principalmente carro de aplicativo e bicicleta.Vitória virou uma febre de bicicleta elétrica. Eu olho o nosso estacionamento de bicicleta, se eu tenho 100 vagas, já está com metade ocupada com bicicleta elétrica.Como é o momento vivido pelo shopping atualmente?A gente vive o melhor momento do shopping, que vai bater R$ 1,3 bi de venda agora em 2025. Um recorde! De janeiro a dezembro de 2025. E essa é uma projeção. A gente já passou R$ 1 bi em 2024 e vamos chegar certamente a R$ 1,3 bi em 2025. Isso em volume total.Nossa inadimplência é abaixo de zero. Ela é praticamente negativa. E a vacância, tão temida, não existe. A gente fez agora o projeto da Ala Parque e ele está 100% locado. E eu não tenho loja para locar.CuriosidadesTchau, escadas!
Fim das conhecidas escadas do Shopping Vitória
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Depois do chafariz, agora são as escadas que deixarão saudade com o projeto de expansão do Shopping Vitória.Brotto explica que a construção será modificada para dar lugar à “grande entrada” da Ala Parque.Mas, mesmo que o saudosismo impere, o diretor-geral tranquiliza:“Vai ficar legal. Depois você vai me falar”, disse durante a entrevista ao Histórias Empresariais.“Vou de bike, cê sabe”O trânsito de clientes que chegam de bicicleta ao shopping aumentou com a inauguração, em 2023, da Ciclovia da Vida, na Terceira Ponte.O bicicletário do espaço, inclusive, anda “muito bem frequentado”, revela Brotto. E o tipo de transporte não é só para consumidores. “Tem gente que usa para consumir, para passear e tem gente que usa para ir trabalhar no shopping”.Perfil: Raphael Brotto
Raphael Brotto
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FormaçãoÉ Formado em Administração, especialista em shopping center pelo Insper e gestor comercial pela FGV.começou como coordenador de auditoria, em 2003. Em 2011, foi promovido a superintendente.É diretor-geral desde 2018, assumindo também o setor imobiliário.FamíliaCasado com a Flávia desde 2004, tem um filho que completou 19 anos em abril: o Lucas. Nos hobbies, se considera “muito família”, passando o tempo livre com o filho e a mulher.A família também é de negócios: eles mantinham um boliche na Praia de Camburi, em Vitória.