
Chefe do grupo era responsável por fornecer os equipamentos usados nos furtos e também por treinar os comparsas sobre como roubar os veículos. Chefe da “Gangue da Hilux” é preso em Cariacica e leva dois tiros ao tentar fugir
Nesta sexta-feira (25), a Polícia Civil do Espírito Santo prendeu o chefe da organização criminosa conhecida como “Gangue da Hilux”, especializada furtos de veículos de luxo e adulteração das placas. Felipe da Vitória, de 29 anos, era responsável por fornecer os equipamentos usados nos arrombamentos e treinar os comparsas que faziam os furtos para o grupo.
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Felipe foi preso perto de uma residência onde estava dormindo, em Cariacica. Ele tentou fugir dos policiais, mas acabou levando um tiro na nádega e outro no pé. Ele foi levado para um hospital, mas já está no sistema prisional do estado.
Para furtar os carros de luxo, eles usam de chave-de-fenda a um kit específico que contém vários equipamentos, como chaves e emuladores. Os alvos eram desembargadores, advogados e médicos. O crime acontecia em várias cidades do Espírito Santo.
Entenda abaixo como agia a “Gangue da Hilux”:
Felipe da Vitória, 29 anos, apontado como chefe da “Gangue da Hilux”, que furta carros e adultera placas, é preso pela Polícia Civil em Cariacica, no Espírito Santo.
Divulgação/Polícia Civil
Quem é Felipe da Vitória?
Felipe da Vitória tem 29 anos e é o chefe da organização criminosa “Gangue da Hilux”. Ele vinha se escondendo em diversos municípios do Espírito Santo até ser preso em Cariacica, na Grande Vitória, nesta sexta-feira (25).
Felipe tem passagens por tráfico de drogas e já esteve preso em 2019. Após ser solto, no mesmo ano, ele foi para o Paraná e, no ano passado, trouxe equipamentos usados para esse tipo de furto para o estado.
Qual era a função do chefe da organização?
Felipe da Vitória era responsável por fornecer o equipamento e também fazer o treinamento de comparsas para a realização dos furtos de carros de luxo que depois eram entregues para integrantes da organização.
Quais equipamentos eles usavam?
Segundo a polícia, o grupo usava principalmente uma chave-de-fenda para destravar a fechadura dos carros. Depois que conseguiam abrir o veículo, eles também usavam um equipamento menor, que é um kit (com chaves e emuladores), para ligar os carros.
Como eles conseguiam destravar e ligar os carros?
Hilux furtada pela “Gangue da Hilux” que estava escondida em sítio em Santa Leopoldina, no Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Depois dos veículos arrombados, os criminosos conseguem ter acesso ao chicote, que fica, às vezes, no porta-luva ou também abaixo do volante. Com o kit, eles fazem o encaixe desses equipamentos. O aparelho faz a leitura. Depois, usam uma chave, que é um emulador e, posteriormente, conseguem ligar a Hilux, principalmente a que tem o sistema start stop. Depois, através dessa chave, o criminoso destrava a caminhonete para ser enviada ao receptor.
Quem eram as vítimas?
Entre as vítimas desses furtos estão desembargadores, advogados e médicos. Os alvos são bairros principalmente da Grande Vitória.
O grupo procurava carros de luxo, especialmente caminhonetes. Cerca de 14 veículos foram furtados apenas em 2024 pela gangue, mas o número pode ser maior, segundo a polícia.
Quando as investigações começaram?
Segundo a polícia, as investigações começaram em 2024, após levantamentos de diversas Toyota Hilux sendo furtadas no estado. Durante as investigações, a Polícia Civil chegou a um homem que dava cobertura aos “arrombadores” com outro carro.
Essa gangue é a mesma que agia no Aeroporto de Vitória?
Não. Segundo a polícia, são gangues distintas. Em 2023, um outra organização criminosa colocou terror em donos de caminhonete no Espírito Santo. A gangue estava agindo no estacionamento do Aeroporto de Vitória, atua em diversos aeroportos do Brasil.
O delegado Luiz Gustavo Ximenes destacou que esses criminosos não são os mesmos liderados por Felipe da Vitória.
Prisões anteriores de comparsas
Hilux furtada pela “Gangue da Hilux” cai em ribanceira após perseguição em Baixo Guandu, no Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Antes da prisão de Felipe da Vitória, nesta sexta, a última prisão de algum envolvido na organização criminosa foi na quarta-feira (16), durante uma perseguição em Baixo Guandu, Noroeste do Espírito Santo (foto acima).
O Serviço de Inteligência descobriu que o comparsa de Felipe da Vitória estava fugindo em uma Hilux em direção ao interior do estado. O suspeito acabou preso após perder o controle e caiu em um barranco.
Em fevereiro, no dia 11, a polícia chegou ao nome de três indivíduos, que foram abordados em João Neiva, Norte do estado (foto abaixo), em uma ação que terminou com o trio preso e um morto.
Operação que terminou com a morte de um comparsa da “Gangue da Hilux”, em João Neiva, Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Dias depois, no dia 19, a Polícia Civil localizou a fazenda onde os veículos furtados eram ocultados. Mais três suspeitos foram presos na zona rural de Santa Leopoldina, na Região Serrana do estado. Entre os detidos estavam dois homens, de 53 e 54 anos, e uma mulher, de 45 anos.
“Inclusive, o Felipe estava nesse dia com o equipamento e também com a Hilux nessa fazenda. Ele deixou a caminhonete nessa fazenda, mas quando chegamos ele já havia saído. Os três indivíduos fazem parte dessa organização criminosa, mas têm a função de ocultar os veículos automotores”, explicou o titular da Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos, delegado Luiz Gustavo Ximenes.
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