De hábitos noturnos e aparência tímida, o tapiti (Sylvilagus brasiliensis), conhecido como coelho-brasileiro, é a única espécie de coelho nativa do Brasil. Com porte pequeno, por volta de 30 e 40 centímetros, e pelagem densa em tons de marrom-claro e pardo, o mamífero é difícil de ser avistado na natureza, mesmo em seu habitat principal, a Mata Atlântica.
Ainda assim, alguns registros recentes reacenderam o interesse pela preservação do coelho-brasileiro. Em 2021, um exemplar foi resgatado em Macaé, no Rio de Janeiro, após ser encontrado em plena área urbana, no bairro da Glória. O animal foi salvo em uma operação coordenada pelas Secretarias de Ambiente e Sustentabilidade e da Ordem Pública, e devolvido ao seu habitat natural. Outras aparições têm ocorrido em áreas de conservação, como no Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis, onde pesquisadores capturaram imagens do tapiti durante uma expedição noturna em 2023. No mesmo ano, no Parque Nacional da Tijuca, foram registrados sinais do período reprodutivo da espécie.
Já na Bahia, câmeras noturnas do programa Floresta Legal, do Ministério Público estadual em parceria com os Institutos Água Boa e Ynamata, também registraram o animal com riqueza de detalhes. Também há aparições em Goiás, Rio de Janeiro e Minas Gerais nas áreas de preservação da Mata Atlântica.
Descrito pela primeira vez em 1753, no estado de Pernambuco, o coelho tornou-se uma presença rara nas paisagens brasileiras. Registrar imagens da espécie exige dedicação: expedições noturnas, câmeras estrategicamente posicionadas e estudos aprofundados sobre seus hábitos são necessários para capturá-lo no momento certo.
Atualmente, o tapiti é classificado como “em perigo” (EN) na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), refletindo as ameaças que enfrenta, como a perda de habitat e a fragmentação de florestas.
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