
Após três dias de velório aberto, o Vaticano celebrou neste sábado (26) a Missa de Exéquias do papa Francisco, no átrio da Basílica de São Pedro. A cerimônia marca o início do Novendiali, período de nove dias de luto e oração pela memória do pontífice.
O caixão de madeira e zinco, selado na noite anterior, foi posicionado diante do altar para a missa de corpo presente, acompanhada por cerca de 250 cardeais, bispos, padres e religiosos. Centenas de milhares de fiéis vindos de todo o mundo prestaram as últimas homenagens, em uma multidão que simbolizou a Igreja de Francisco: aberta a todos, como ele repetia. O coral da Capela Sistina embalou a celebração.
“Diante dele, uma multidão, que deve chegar a centenas de milhares de pessoas, vindas de todas as origens geográficas, sociais, políticas e culturais, prestará suas últimas homenagens”, destacou a Santa Sé.
Após os ritos solenes da Última Commendatio e Valedictio, o caixão foi conduzido pelas ruas de Roma até a Basílica de Santa Maria Maior, onde aconteceu o sepultamento. O percurso de quatro quilômetros refaz a caminhada espiritual que Francisco realizava para rezar diante do ícone da Virgem Salus Populi Romani.
“Essa jornada permitirá que os fiéis se despeçam de seu bispo por um caminho que ele costumava fazer para rezar diante do ícone da Virgem Salus Populi Romani antes e depois de cada uma de suas viagens apostólicas e, até mesmo, recentemente, após suas internações”, destacou a Santa Sé.
A despedida do papa argentino contou com a presença de 130 delegações estrangeiras, entre elas 50 chefes de Estado e 10 membros da realeza. Na primeira fila, lado a lado, estavam o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, o norte-americano Donald Trump, o ucraniano Volodymyr Zelensky e o argentino Javier Milei.

Lula classificou a presença no funeral como um “pagamento de dívida” a um homem que “prestou serviços para a humanidade” e ressaltou o desejo de que o próximo papa tenha o mesmo coração e compromisso social de Francisco.
“Tenho um apreço muito grande à figura do papa Francisco. Foi uma dívida que nós pagamos a um homem que prestou serviços para a humanidade. Quisera Deus que o próximo papa fosse igual a ele, com o mesmo coração e com os mesmos compromissos religiosos e no combate às desigualdades”, disse o presidente brasileiro aos jornalistas.
Entre os líderes presentes estavam também Emmanuel Macron (França), Sergio Mattarella (Itália), Ursula von der Leyen (União Europeia), além de monarcas como o rei Felipe VI da Espanha e o príncipe William do Reino Unido.
O Vaticano anunciou missas diárias em sufrágio até o dia 4 de maio, encerrando o ciclo de homenagens ao pontífice que marcou sua era por defender os pobres, dialogar com diferentes culturas e combater as desigualdades.
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