Vinícius Labanca cobra permanência do 20º BPM em São Lourenço e apresenta dados sobre violência

A decisão do Governo de Pernambuco de transferir o 20º Batalhão da Polícia Militar de São Lourenço da Mata para Camaragibe tem gerado forte reação. Embora ninguém conteste a necessidade de ampliar a presença policial em Camaragibe, a mudança é criticada por lideranças políticas, pela população e por deputados estaduais. A preocupação é que a retirada do batalhão de São Lourenço da Mata, município que já registra altos índices de violência, agrave ainda mais a situação de segurança na região — isso porque a governadora assinou, no dia 8 de abril, o decreto que desapropria um terreno de mais de 5,3 mil m² para a nova sede do batalhão.

Até agora, o Governo do Estado não se pronunciou oficialmente para justificar a decisão. O prefeito de São Lourenço da Mata, Vinícius Labanca, tem evitado polêmicas, mas trouxe dados contundentes ao debate. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, São Lourenço da Mata está entre os 50 municípios com mais de 100 mil habitantes com as maiores taxas de Mortes Violentas Intencionais (MVI) no Brasil, registrando 50,3 homicídios a cada 100 mil moradores em 2023. Para Labanca, a retirada do batalhão pode deixar a cidade ainda mais vulnerável. As informações são do jornal O Poder.

O cenário da segurança pública em Pernambuco, de forma geral, também preocupa. Em 2022, o estado teve a quinta maior taxa de assassinatos do país e apresentou uma alta de 1,3% nos índices de mortes violentas, na contramão da tendência nacional de queda. Além disso, Pernambuco destinou apenas R$ 334,09 por habitante para segurança pública naquele ano, um dos menores investimentos do Brasil. A baixa destinação de recursos reforça o temor de que a segurança da população de São Lourenço seja comprometida.

O prefeito Vinícius Labanca argumenta que, diante de números tão alarmantes e do aumento da sensação de insegurança apontado por pesquisas de opinião, é inaceitável que São Lourenço da Mata perca o 20º BPM. Ele ressalta que, enquanto o governo estadual permanece em silêncio, a população continua exposta à violência. Para ele, fortalecer a segurança em Camaragibe não deveria significar enfraquecer a de São Lourenço — um município que já enfrenta uma das realidades mais duras da violência no estado.

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