PT pode oferecer base progressistas para Marconi Perillo, mas cobra mudança de postura do tucano e do partido

O Partido dos Trabalhadores goiano trabalha pela construção de uma base progressista em Goiás com o foco na reeleição do presidente Lula da Silva (PT) enquanto busca alianças mais ao centro para disputar o Governo de Goiás nas eleições de 2026. Considerada pelos petistas como a quarta força política em Goiás, atrás da base do governador e pré-candidato Ronaldo Caiado (UB), do bolsonarismo e do petistmo, o presidente do PSDB, Marconi Perillo, é visto com plena condição de ser candidato ao governo de Goiás com uma aliança de centro-esquerda.

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Para que isso ocorra, no entanto, Perillo teria de se distanciar do discurso bolsonarista, que o derrotou na eleição que marcou o fim da hegemonia tucana na polarização com a esquerda. O PT busca montar um palanque forte em Goiás para que o presidente Lula possa fazer campanha e ampliar a votação em 2022, quando Lula alcançou 41,29% dos eleitores e recebeu 1.542.115 votos, em Goiás.

Ex-deputado por Goiás, Luís César Bueno avalia que esse centro progressista pode abrigar alianças com o Cidadania, PT, Rede, Psol, PCdoB e, no caso do PSDB embarcar, a aliança tem condições de “transferir esses votos” para outro candidato em 2026. “O Marconi, por ser oposição aqui em Goiás, se adotar uma postura antibolsonarista ele vai ter condições de ficar no palanque do presidente em Goiás”, argumenta.

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Mais centrão

Ainda ao centro, o PT busca também costurar um acordo local e nacional com o PSD, comandado no país por Gilberto Kassab e em Goiás pelo senador Vanderlan Cardoso. O empresário que buscará a reeleição pode não ter encontrar espaço para disputar pela base de Daniel, já que as costuras indicam que Gracinha Caiado (União) ficará com a primeira vaga, enquanto a segunda vaga está apalavrado ao PL, que pode indicar Vitor Hugo ou Gustavo Gayer.

O PSB do vice-presidente e do senador Jorge Kajuru não foi citado, e um dos motivos é o mal estar do senador vice-líder do governo com a base de Lula. O senador goiano chegou a dizer que se sentia traído por não conseguir contactar ministros.

Uma figura pode ser decisiva na construção da aliança PT e PSDB em Goiás. A vereadora por Goiânia Aava Santiago (PSDB) tem boa relação com o governo Lula, tem diálogo aberto e ativo com os principais ministros, em especial com Alexandre Padilha, e aconselha o presidente nas questões relacionadas aos evangélicos.

Momento de fusão e federação

Neide Aparecida, presidente municipal do PT, reforça que há o interesse e a necessidade de construção de um palanque forte para Lula em Goiás, embora as discussões sobre aliança ainda sejam prematuras. “No momento ainda estão acontecendo muitos movimentos para fusões partidárias e ainda tem as eleições para os comandos dos partidos”, diz. Ela completa dizendo que enquanto esses encaixes não forem concluídos, a conjuntura externa ainda será o principal problema.

Edward Madureira, vereador por Goiânia, avalia que o PT tem sim condições de lançar candidatura própria e montar palanque para o presidente Lula em Goiás, mas acredita que os diretórios nacional e estadual vão trabalhar para cosntruir alianças e possíveis arranjos.

“Penso que isso [uma aliança] seria bom se fosse interessante para as duas partes, se for ser bom apenas para a parte do ex-governador, e eu acho que é interessante para ele do ponto de vista eleitoral até para ele ampliar suas bases. Mas isso também tem que ser interessante pro PT também tem que ter vontade das duas partes”, argumenta.

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O ex-governador e presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo (PSDB), se movimenta para construir ou reconstruir uma base para disputar o governo de Goiás nas eleições de 2026. No comando da legenda que perdeu força no cenário nacional e regional, o tucano buscou fusão ou federação com legendas como o MDB, PSD e, mais recente, o Podemos.

Além de alguns sonoros “não”, Marconi ouviu do presidente do PSD que aceitaria apenas a incorporação total do PSDB. Seria o fim da sigla.

Ainda assim, aliados de Perillo dizem que tucano está empolgado para a disputa, que não aceita disputar para Câmara ou Senado e “quer vencer”. A reportagem tentou contato com o ex-governador e questionou sobre as movimentações para a disputa de 2026, mas obteve retorno até o fechamento. O espaço segue aberto para manfiestação.

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