Os aliados que romperam com Bolsonaro e perderam as eleições de 2022

Diversos políticos alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) romperam com sua gestão até 2022. No entanto, esses ex-aliados lançaram-se como candidatos no mesmo ano, mas não obtiveram vitória nas urnas. Sem o apoio da militância bolsonarista, muitos perderam força política e o voto dos eleitores de direita.

Por exemplo, a jornalista Joice Hasselmann foi a mulher mais votada para deputada federal da história do Brasil em 2018, com 1.078.666 votos. No entanto, ela não conseguiu se reeleger em 2022 em São Paulo e obteve apenas 13.679 votos. Uma perda de mais de 1 milhão de votos em apenas quatro anos de mandato.

Em Goiás, Delegado Waldir foi um dos principais aliados do ex-presidente, chegando a ser líder do PSL na Câmara dos Deputados, mas rompeu com o presidente durante o mandato. Em 2022, ele tentou disputar o Senado por Goiás, já na base do governador Ronaldo Caiado (UB). Foi um dos vários candidatos da base governista naquele ano e ficou em terceiro lugar.

Outra situação foi a de Alexandre Frota, eleito deputado federal por São Paulo com mais de 155 mil votos. No entanto, durante seu mandato, ele rompeu com o ex-presidente e foi expulso do Partido Social Liberal (PSL), partido pelo qual Bolsonaro foi eleito em 2018. Em 2022, o ator não conseguiu se reeleger deputado estadual, mas garantiu uma cadeira em 2024 como vereador em Cotia, no interior de São Paulo.

A professora da Universidade de São Paulo (USP), Janaína Paschoal teve mais de 2 milhões de votos para deputado estadual em 2018. Ela foi a deputada mais votada da história do país na época, mas tentou o Senado Federal em 2022.  Sem sucesso, ela conseguiu se reeleger no ano passado como vereador por São Paulo.

Por outro lado, figuras dos ministérios de Bolsonaro não obtiveram sucesso nas eleições. Ex-titular da pasta da Saúde, Luiz Henrique Mandetta foi um dos principais nomes do governo Bolsonaro durante a pandemia de Covid-19. No entanto, ele perdeu a eleição para o Senado por Mato Grosso do Sul, sendo derrotado por Tereza Cristina, ex-ministra da Agricultura.

Assim como o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, ele e seu irmão, Arthur, tentaram lançar candidaturas para a Câmara dos Deputados, mas nenhum obteve sucesso. No ano passado, Abraham chegou a tentar se candidatar a prefeito de São Paulo pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB), mas foi expulso da sigla. A legenda optou por apoiar a candidatura de Guilherme Boulos (PSOL).

No entanto, os candidatos que romperam com o bolsonarismo não foram os únicos a perderem as eleições. Em 2022, nomes ligados ou que já estiveram ligados ao ex-presidente também sofreram derrotas nas urnas, assim como o próprio Bolsonaro. Por exemplo, o ex-presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, a médica Nise Yamaguchi e o comentarista político Adrilles Jorge, nenhum deles foi eleito.

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