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Reprodução/TV Tribuna
“Juntos até os últimos momentos”. Essas palavras ditas pelo ex-prefeito de Cariacica Juninho Geraldo, 54 anos, resumem o apoio e cuidado dedicados a Nabila Furtado durante os últimos cinco anos, período que ela travou uma luta contra o câncer.Juninho e Nabila foram casados por cerca de 12 anos. A miss morreu na última terça-feira (22), vítima de embolia pulmonar causada por uma trombose no braço.Nabila começou a sentir dores nas costas em novembro de 2020, quando o marido encerrava o seu segundo mandato. Depois de ser investigada por uma equipe médica, ela foi diagnosticada com câncer na mama esquerda e não demorou para descobrir um câncer metastático, que ela optou por manter em segredo dos amigos e da família.Sentindo muita dor, Nabila precisou ser internada em um hospital particular de Cariacica para cuidar de uma trombose que atingiu a região do ombro e do braço esquerdo. Lá, ficou 47 dias.No início do mês, ela voltou para casa e seguia o tratamento com cilindros de oxigênio. Só que na madrugada da última terça-feira (22), ela foi novamente internada. “Ela estava sentindo muita falta de ar. Liguei para a remoção e ela foi levada para o hospital, onde foi sedada. O ar acabou se deslocando e virou embolia pulmonar, causada pela trombose. O médico falou que naquele momento não tinha mais nenhum tratamento que pudesse dar resultado. Para evitar que ela sofresse mais, eu pedi para que não fosse entubada”, contou Juninho, emocionado. A Tribuna – Mesmo sabendo do diagnóstico, ela tinha forças para lutar ou chegou a desistir em algum momento? Juninho Geraldo – Durante todo este tempo, ela foi uma guerreira que aguentava a dor como poucas pessoas. Em nenhum momento ela desistiu. Ela tinha uma força de vontade incrível, sempre foi uma pessoa pra cima e assim continuou praticamente até os últimos momentos de vida.Ela tinha sonhos? Queria ter filhos? Sim. Essa era a nossa vontade, ter filhos, mas infelizmente não foi possível. Ela estava fazendo um tratamento para ficar mais fértil quando foi diagnosticada com essa doença e aí os médicos falaram que ela não podia engravidar. Estava com ela no momento da despedida? Estava e vivi uma experiência que jamais irei esquecer. Depois que os médicos disseram que ela não teria muito tempo de vida, isso às 12h50 de ontem (terça-feira), eles liberaram para ela receber visitas fora de horário na UTI. Vários amigos foram se despedir.Um padre viu uma postagem que fiz nas redes sociais segurando a mão dela, me mandou mensagem perguntando o que estava acontecendo e, ao saber que ela tinha sido desenganada pelos médicos, foi até o hospital e fez a extrema unção. Eu também fiz uma oração. A saturação dela estava variando entre 86 e 88, mas durante a oração foi para 94. E aí passaram-se 10 minutos e ela se foi.Como será agora?Perdi o grande amor da minha vida e não sei como será agora. Ainda estou meio perdido. Era ela quem me permitiu viver novas experiências, me acompanhava nos passeios, comprava as minhas roupas e arrumava tudo pela mesma paleta de cores, cuidava de cada detalhe. Agora, ficam a saudade e as lindas lembranças.