Brasil ganha novos ídolos no esporte após os Jogos de Paris

Os Jogos Olímpicos de Paris terminaram em agosto de 2024. Desde então uma nova leva de atletas, alguns já conhecidos, tem se firmado na nova geração de ídolos do esporte nacional.

Na França, as mulheres brasileiras conquistaram 12 das 20 medalhas nacionais. A edição trouxe a consagração máxima de Rebeca Andrade (ginastica artística), a maior medalhista olímpica do país, que neste ano se tornou a primeira mulher brasileira a ganhar o Prêmio Laureus, o “Oscar do Esporte”. As disputas ainda reafirmaram os nomes de Rayssa Leal (skate), Rafaela Silva (judô) e Bia Ferreira (boxe) e projetaram os de Tatiana Weston-Webb (surfe), Duda e Ana Patrícia (vôlei de praia) e Beatriz Souza (judô).

Dentre os homens o multicampeão Isaquias Queiroz (canoagem) e Gabriel Medina (surfe) foram destaque. Alison Santos, o Piu (atletismo), manteve o seu posto dentre os maiores do mundo nos 400 m com barreiras. A competição ainda apresentou ao grande público o marchador Caio Bonfim, que mantém os bons resultados em 2025.

Calderano

Mas uma das figuras mais emblemáticas do Brasil nas Olimpíadas, sem dúvida, foi o mesa-tenista Hugo Calderano. Um verdadeiro corpo estranho no Top 5 mundial dominado por orientais, o brasileiro não medalhou em Paris, mas os resultados consistentes já mostravam o quão longe ele ainda poderia ir. Não tardou e neste ano ele venceu a Copa do Mundo de tênis de mesa, sendo o primeiro atleta fora da Ásia ou da Europa a vencer a competição, historicamente dominada por chineses.

O presidente Lula o parabenizou publicamente: “Desempenho incrível do atleta top 5 do mundo que há quase 15 anos tem o apoio do Bolsa Atleta do Governo Federal. Parabéns, Hugo Calderano. Muito orgulho!

Leia mais: Bolsa Atleta comemora 20 anos com recordes e vira motor de vitórias brasileiras

 A façanha de Calderano é digna dos maiores feitos do esporte nacional, como a medalha de ouro do basquete masculino sobre os Estados Unidos no Pan-Americano de 1987; a conquista do mundial de basquete feminino em 1994; o tricampeonato de Roland Garros de Gustavo Kuerten; o bicampeonato olímpico de Adhemar Ferreira da Silva no salto triplo e os recordes de João do Pulo; o recorde mundial que ainda persiste nos 50 metros livre de César Cielo; as cinco medalhas olímpicas que possuem Robert Scheidt e Torben Grael; as duas medalhas de ouro e duas de prata do levantador de vôlei Serginho; os ouros de Arthur Zanetti (Argolas), Maurren Maggi (Salto em Distância), Thiago Braz (Salto com Vara), Joaquim Cruz (800 m rasos), Aurélio Miguel (judô), Sarah Menezes (judô) e Jacqueline Silva e Sandra Pires (vôlei de praia), estas as primeiras campeãs olímpicas do Brasil. Isso sem contar os feitos no automobilismo e futebol.

Nas Paralimpíadas não é diferente e o Brasil conta com os supermedalhistas Daniel Dias (natação), o maior vencedor olímpico nacional com 27 medalhas dentre elas 14 de ouro, e Ádria Santos (atletismo), maior medalhista feminina paralímpica do Brasil, com 13 medalhas sendo 4 de ouro.

Bia Haddad

Outro expoente que caiu nas graças do público é a tenista Beatriz Haddad Maia, ou Bia Haddad. Ela também esteve em Paris, mas o seu resultado mais notável foi em 2023, quando alcançou as semifinais de Roland Garros, tornando-se a primeira brasileira a chegar a essa fase em um Grand Slam desde Maria Esther Bueno.

Em 2022, ela venceu a número 1 do mundo na ocasião, Iga Swiatek, durante o WTA de Toronto. O último título que venceu foi o WTA 500 de Seul, em setembro de 2024 e a sua maior conquista foi o WTA Elite Trophy, em outubro de 2023. Ela já chegou a ocupar a 10ª posição no ranking mundial e agora está na 19ª colocação.

João Fonseca

Também no tênis, João Fonseca é a nova sensação que promete lembrar os tempos de Guga e Fernando Meligeni. Em 2023, venceu o título juvenil do US Open. Agora com 18 anos, ele venceu o ATP 250 de Buenos Aires em fevereiro e tornou-se o brasileiro mais jovem a conquistar um título de ATP Tour. Dessa forma, já possui um título de ATP e três challengers.

Atualmente está na 65ª posição no ranking mundial. Sua melhor colocação foi 59ª.

Leia mais: Brasil faz história nas Paralimpíadas e entra no top 5 de medalhas

Nomes como Novak Djokovic e Carlos Alcaraz já elogiaram publicamente o brasileiro, que possui mais títulos que Djoko, Roger Federer e Rafael Nadal quando tinham a mesma idade.

Abaixo, confira uma lista de jovens atletas brasileiros que despontam como promissores (alguns já são realidade) e podem se tornar novos ícones do esporte como os já citados.

Fórmula 1

O Brasil voltou a ter um piloto na Fórmula 1 depois de sete anos. Gabriel Bortoleto, com 20 anos, assumiu um posto na principal categoria do automobilismo neste ano ao pilotar um carro da Sauber.

Ainda sem conseguir apresentar suas melhores qualidades, o brasileiro terá pela frente outras 19 disputas neste ano para mostrar o porquê venceu todas as categorias que disputou, incluindo a Fórmula 2 da FIA em 2024, e mostrar que deve permanecer na categoria.

Esporte Paralímpico

No esporte paralímpico um dos maiores destaques que deve ganhar os holofotes nos próximos anos é Victor dos Santos Almeida, Vitinho, que compete na classe S9 (limitação físico-motora). Em 2024, esteve como atleta brasileiro mais jovem na delegação em Paris. Ele, que já estava nas piscinas com meses de vida, é campeão e recordista Para-Panamericano dos 100m costas.

Futebol

O futebol também conta com ídolos jovens. Com 18 anos completos em abril, idade para estar na equipe Olímpica de futebol masculino nos jogos de Los Angeles (EUA) em 2028 (para o futebol masculino a idade limite é 23 anos, com exceção de três atletas), a principal revelação do futebol nacional é Estêvão, hoje no Palmeiras, mas já vendido ao Chelsea (ING). Ele foi negociado por €61,5 milhões (cerca de R$ 358 milhões, na época), sendo a maior venda do futebol nacional da história.

Leia mais: Pan-Americano de 2031 pode estimular infraestrutura do RJ

Ao lado dele estão outros jovens atletas como Endrick (Real Madrid, 18 anos) e Vitor Roque (Palmeiras, 20 anos), estes já com uma carreira maior. No nível de promessa consta Ryan Francisco (18 anos), atacante do São Paulo, que foi o melhor jogador da Copinha 2025 (Copa São Paulo de Futebol Juniores).

Vôlei

Julia Kudiess, de 22 anos, foi eleita como a revelação da Superliga de Voleibol Feminino da temporada 2023/24 ao atuar como titular pelo Minas. A central foi prata pela seleção no Campeonato Mundial e na Liga das Nações, ambas em 2022.

Leia mais: Mulheres “salvam” Time Brasil com medalhas nas Olimpíadas

Outro destaque é Ana Cristina. Com apenas 21 anos e 1,93m de altura, ela já tem uma carreira com diversos títulos em equipes brasileiras e estrangeiras, além de conquistas com a seleção, incluindo a prata nas Olimpíadas de 2020, quando tinha 17 anos. A ponta tem tudo para liderar as futuras gerações do vôlei nacional.

Surfe

No surfe os destaques femininos são a jovem Laura Raupp, campeã sul-americana da Liga Mundial de Surfe 24/25, e Sophia Medina (irmã mais nova de Gabriel Medina) também campeã sul-americana na temporada 21/22 e ouro na disputa Pan-americana (ISA – International Surfing Association) de 2022. Ambas têm 19 anos.

No masculino a promessa é Ryan Kainalo de 18 anos. Ele foi Campeão Mundial Júnior em 2023.

Tênis de Mesa

Bruna Takahashi, de 24 anos, também alcançou, no mesmo mundial que consagrou o namorado Hugo Calderano, um resultado histórico para o tênis de mesa ao chegar nas quartas de final feminina. Com o feito inédito subiu para a 16ª posição do ranking mundial e passou a ocupar o posto de melhor mesa-tenista das américas.

Leia mais: Com medalhistas olímpicos, Lula diz que é preciso investir no esporte

Sua irmã mais jovem, Giulia Takahashi, de 20 anos, também é destaque com títulos em competições juvenis e participação nos últimos Jogos Olímpicos. Ela ocupa a 80ª posição no ranking mundial.

Judô

A modalidade que mais deu medalhas ao Brasil, o judô (28 medalhas – 5 ouros, 4 pratas e 19 bronzes) também conta com representantes que podem se tornar grandes atletas nacionais: Clarice Ribeiro (48 kg), de 16 anos, que competiu entre adultos pela primeira no Open Europeu de Varsóvia neste ano e ficou com a prata; Bianca Reis (57 kg), de 20 anos, bronze no Mundial Júnior de 2024; e Gabriel Falcão (81 kg), de 21 anos, ouro no Pan de Santiago quando disputava na categoria até 73 quilos e prata no Grand Prix de Zagreb no ano passado.

Levantamento de peso

No levantamento de peso o Brasil conta com um promissor representante. Em setembro passado Matheus Pessanha ficou com duas medalhas de prata (215kg no arremesso e 383kg no total) e uma de bronze (168kg no arranco) no Campeonato Mundial de levantamento de peso sub-20, na Espanha. Ele compete na categoria até 102kg.

Boxe

No boxe masculino a principal aposta é Gabriel Dias. Ele vice-campeão mundial juvenil na modalidade até 70 quilos. No feminino, Letícia Eleutério ficou com o bronze no mesmo evento na categoria até 54 quilos.

Atletismo

O atletismo, segundo esporte que mais trouxe medalhas para o Brasil na história (21 ao total – 5 de ouros, 4 de pratas e 12 de bronzes), também conta com atletas que despontam com força para o próximo ciclo olímpico:

  • Renan Gallina (20 anos): foi semifinalista olímpico nos 200 metros em Paris 2024 e duas vezes ouro, um pelos 200 metros e outro no revezamento 4×100 metros nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023;
  • Matheus Lima (21 anos): também semifinalista olímpico, mas nos 400 metros com barreiras em Paris, além de campeão sul-americano e vice-campeão dos Jogos Pan-Americanos de Santiago nos 400 metros com barreiras;
  • Hakelly Souza Maximiano (16 anos): a jovem velocista recebeu, em 2025, o reconhecimento como Melhor Atleta Jovem Revelação do 4º Prêmio Loterias Caixa Melhores do Ano do Atletismo. De acordo com a Confederação Brasileira de Atletismo ela já conquistou cinco títulos brasileiros nas categorias sub-23, sub-20 e sub-18, nos 100 m ou nos 200 m e foi campeã dos 100 m nos Jogos da Juventude.

Natação

Sem nenhuma medalha em Paris, a natação brasileira tem no nome de Guilherme Caribé, de 21 anos, a esperança na próxima disputa. Na última Olimpíada ele competiu no revezamento 4×100 m, nos 50 m e chegou na semifinal dos 100m livre.

No feminino Stephanie Balduccini, de 20 anos, já tem duas participações Olímpicas (Tóquio 2020 e Paris 2024) e medalhas nos Jogos Pan-Americanos e um sexto lugar nos 100m livre no Mundial de 2024.

O post Brasil ganha novos ídolos no esporte após os Jogos de Paris apareceu primeiro em Vermelho.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.