Em assembleia realizada na quarta-feira, 23, os trabalhadores da educação do município de Aparecida de Goiânia aprovaram a deflagração de uma greve por tempo indeterminado. A paralisação vai começar oficialmente na próxima segunda-feira, 28 de abril, com uma manifestação marcada para às 17h, em frente ao Buriti Shopping.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), deputada estadual Bia de Lima (PT), explicou que a decisão da greve foi resultado de um esgotamento das tentativas de negociação com o município. “A greve foi deflagrada hoje, após assembleia da categoria. Já vínhamos tentando há tempos um diálogo com a gestão municipal. Nesta tarde teremos uma audiência com a secretária de Educação de Aparecida, onde esperamos obter respostas concretas”
Apesar da greve estar aprovada, os profissionais permanecem nas escolas durante esta semana para cumprir os trâmites legais e mobilizar a comunidade escolar. O objetivo é esclarecer os motivos do movimento e convidar pais, mães e responsáveis a se somarem ao ato da próxima semana.
A parlamentar reiterou que a greve não é o objetivo do sindicato, mas uma consequência da falta de compromisso com as pautas da educação.
O Sintego não quer greve. O que queremos é a categoria trabalhando com seus direitos garantidos. Mas quando nem uma lei federal é cumprida, fica insustentável.
O Jornal Opção procurou a prefeitura de Aparecida para que se posicionasse, mas não houve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto.
Reivindicações da categoria
Entre as principais reivindicações da categoria está o cumprimento do Piso Nacional do Magistério, que, segundo a lei, deveria ser pago desde janeiro.
Além da questão salarial, os educadores denunciam o sucateamento das escolas, a falta de insumos básicos de limpeza, a ausência de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e irregularidades na oferta de alimentação escolar. As críticas também se estendem ao uso excessivo de plataformas digitais burocráticas, que, de acordo com a categoria, consomem o tempo dos professores e atrapalham o trabalho pedagógico.
A deputada reforça que a sobrecarga de trabalho está diretamente relacionada ao adoecimento dos profissionais da educação.
“A necessidade urgente de mais profissionais nas escolas é evidente. O adoecimento de educadores tem se agravado por conta da sobrecarga de trabalho. A situação em Aparecida reflete o mesmo cenário de abandono que vemos em Goiânia e na rede estadual. São redes adoecidas.”
Outra reclamação apontada é a ausência de diálogo efetivo por parte da administração municipal, o que, segundo Bia de Lima, tem aprofundado o sentimento de desvalorização entre os educadores.
“Infelizmente, o que a gente vê é um jogo de empurrar com a barriga. Os gestores foram eleitos dizendo que cuidariam da educação, mas o que se verifica é o contrário: estão mais preocupados com viagens e interesses pessoais.”
Entre as outras pautas, estão o pagamento de titularidades e progressões, a regularização de licenças, a realização de concurso público e a inclusão de agentes educativas com formação em magistério no quadro pedagógico. A categoria também solicita a criação de uma comissão permanente de negociação com a Secretaria de Educação e transparência na aplicação dos recursos do FUNDEB.
Na próxima terça-feira, 29, os educadores vão realizar uma nova manifestação em frente à Prefeitura de Aparecida de Goiânia, às 16h, seguida de nova assembleia da categoria.
A deputada adiantou que, caso não haja avanços na audiência com a Secretaria Municipal, o movimento deve se intensificar.
“Durante a manifestação de segunda-feira, novos encaminhamentos serão definidos, de acordo com o andamento das negociações. O que a gente espera é respeito à lei e à educação. A greve é resultado da ausência de diálogo e de decisões. Não é um desejo nosso, é uma consequência da omissão do poder público.”
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