Adolescente fica tetraplégico após ser atingido por onda em praia do ES, e família luta para conseguir tratamento


Jovem ficou 31 dias internado em uma UTI, em Vitória, após ser atingido por uma onda e jogado nu banco de areia em uma praia de Vila Velha, na Grande Vitória. Ele lesionou a coluna e perdeu os movimentos dos membros superior e inferior. Adolescente fica tetraplégico após ser atingido por onda na Praia da Costa, no ES
Um dia de diversão na praia com os amigos mudou para sempre a vida do adolescente Paulo Victor Ferreira, de 16 anos. Após ser atingido nas costas por uma onda, o jovem foi jogado para o fundo, caiu de frente em um banco na areia e, com o impacto, lesionou gravemente a coluna cervical, ficando tetraplégico.
O caso aconteceu em 19 de janeiro, na Praia da Costa, em Vila Velha, na Grande Vitória. Agora, a família luta para conseguir tratamento para o garoto.
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Segundo a irmã do adolescente, a pedagoga Angélica Ferreira, de 36 anos, o adolescente estava na praia com alguns amigos e a mãe de um deles quando tudo aconteceu.
“Ele foi surpreendido por uma onda nas costas, se desequilibrou e caiu de frente num banco de areia. Logo após ser atingido, ele caiu e não levantou mais. Ele começou a ser puxado para o fundo. Foi aí que os amigos que estavam com ele perceberam que o adolescente não levantava e foram ajudá-lo”, contou a irmã.
O jovem ficou 31 dias internado na UTI do Hospital de Urgência e Emergência de Vitória. Nesse período, teve complicações como infecção pulmonar, problemas na bexiga e quedas de pressão, chegando a correr o risco de ter uma parada cardíaca.
Paulo Victor Ferreira, 16 anos, ficou tetraplégico após ser atingido por uma onda em Vila Velha, Espírito Santo
Divulgação
Após receber o diagnóstico de que ficaria tetraplégico, Paulo Victor teve alta e foi levado para casa sem os movimentos dos membros inferiores e superiores.
Segundo a família, a lesão na altura da vértebra C5 foi causada pelo impacto da queda e comprometeu a medula espinhal. Desde então, o adolescente não sustenta o pescoço, não tem controle de tronco e só conseguiu, até agora, um pequeno movimento no bíceps.
“Os médicos acreditam que ele não deve andar novamente. Mas, na verdade, os médicos nem acreditavam que ele sobreviveria”, falou Angélica Ferreira.
Necessidade de cuidados e tratamento
Desde que Paulo Victor voltou para casa, no bairro Porto de Santana, em Cariacica, também na Grande Vitória, a rotina da família mudou. A irmã Angélica contou que, diante da perda dos movimentos, o adolescente precisa de cuidados em tempo integral. Por isso, a mãe, Simone Ferreira, precisou sair do emprego para se dedicar ao filho.
Paulo Victor Ferreira, 16 anos, ficou tetraplégico após ser atingido por uma onda em Vila Velha, Espírito Santo
Reprodução/Redes sociais
A busca por tratamento é outro desafio. Segundo a irmã, a recomendação médica é de que Paulo Victor seja acompanhado por profissionais como urologista, cardiologista, nutricionista, fisioterapeuta e equipe de Enfermagem.
Porém, até o momento o jovem só conta com fisioterapia domiciliar particular contratada pela família, além de materiais como fraldas, pomadas e medicamentos.
Angélica contou que a família buscou acompanhamento para o adolescente no Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo (Crefes), do governo do estado, mas ele não tinha os pré-requisitos para receber o tratamento, segundo o órgão.
“No dia 8 deste mês, ele foi avaliado, mas não foi aceito por ser menor de idade e por estar com uma pequena ferida, que já está quase cicatrizada”, explicou a irmã do jovem.
Do Crefes, a família afirma que foi encaminhada para atendimento na rede municipal de saúde de Cariacica. Segundo Angélica, um médico clínico da Unidade Básica de Saúde (UBS) de Porto de Santana foi até a casa da família, mas, segundo ela, o profissional fez apenas uma avaliação, sem indicação de tratamento para o irmão.
Paulo Victor Ferreira, 16 anos, ficou tetraplégico após ser atingido por uma onda em Vila Velha, Espírito Santo
Reprodução/redes sociais
Angélica disse que a família foi informada de que não havia previsão para agendamento de uma consulta para Paulo Victor.
Diante deste imbróglio, o g1 procurou a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), responsável pelo Crefes, e a Prefeitura de Cariacica, responsável pela gestão das UBS do município, para se posicionarem sobre as informações passadas pela família em relação ao atendimento ao adolescente.
Por meio de nota, a Prefeitura de Cariacica informou que, depois da visita do médico ao paciente, foram emitidos os encaminhamentos para consultas com urologista, fonoaudiólogo e neurologista, que estão em fase de agendamento. Também foi emitido o laudo para fornecimento de fraldas e repassadas as orientações nutricionais adequadas ao tratamento.
Ainda de acordo com a Prefeitura de Cariacica, o transporte para o Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo (Crefes) também foi agendado e será providenciado pelo município, conforme o cronograma da reabilitação ortopédica definido pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que o paciente encontra-se em tratamento no Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo (Crefes), em Vila Velha. No último dia 17, ele passou pela primeira consulta de avaliação do seu quadro clínico.
Ele foi imediatamente encaminhado para consulta com urologista, que vai acontecer no dia 15 de maio, às 7h30; ortopedista, no dia 22 de maio, às 13h15, e neurologista, no dia 16 de julho, às 14h30. Todos os atendimentos serão no Crefes.
Somente a partir da indicação e avaliação médica que o paciente será encaminhado à fisioterapia. A Sesa orienta que a família busque previamente as guias na unidade básica de saúde em que é atendido para apresentação no Crefes nos dias agendados das consultas.
Tratamento especializado no Distrito Federal
Desde o acidente com Paulo Victor, a família também buscou hospitais especializados no tipo de lesão sofrida pelo adolescente e encontraram o Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília, no Distrito Federal.
Paulo Victor Ferreira, 16 anos, ficou tetraplégico após ser atingido por uma onda em Vila Velha, Espírito Santo
Reprodução/redes sociais
A unidade hospitalar oferece um serviço especializado em reabilitação de pessoas com lesões medulares. A família entrou em contato com o hospital e preencheu um formulário com dados e informações sobre o quadro do adolescente.
A irmã de Paulo Victor disse a previsão é de que ele consiga uma consulta em agosto, mas os custos de tratamento, passagem e hospedagem chegam a R$ 85 mil. A família conta com doações para poder arcar com o tratamento.
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