
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, admitiu nesta terça-feira (22), durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), a realização de amplo debate para buscar soluções que permitam reduzir as altas taxas de juros no país.
Propostas por senadores, a ideia foi bem recebida por Galípolo: “Pensar em instrumentos que você possa oferecer mais garantias para que o custo de capital possa cair de uma maneira estrutural é bem-vindo”.
O presidente do BC deu exemplos como o barateamento do crédito. “Porque consigo sair daquele crédito usado de maneira equivocada, e as famílias têm uma percepção de redução de custo, além de quem concede o crédito tem uma redução de percepção de risco. Pensar numa alternativa é importante”, disse.
Ele considerou que a normalização da política monetária vai demandar uma série de reformas contínuas, entre elas a ampliação do acesso da população a um crédito de menor custo.
Leia mais: 60 anos do BC: Galípolo é criticado por deputados pelas altas taxas de juros altos
“Parece-me que a normalização da política monetária vai demandar uma série de reformas contínuas, muitas vezes reformas que não estão simplesmente dentro da alçada do Banco Central, e que não vamos ter uma bala de prata disponível, né? Vai demandar bastante debate com a sociedade, discussão, para que a gente possa conquistar isso”, explicou.
Galípolo diz que “todos no Banco Central estão bastante incomodados de o país não estar cumprindo a meta, estarmos fora da meta”.
“Porém, estamos falando de um nível de patamar de inflação muito inferior ao que nós estávamos discutindo antes e muito mais próximo do que a gente vê com as economias avançadas e com as economias emergentes”, elogiou.
Para justificar o aumento da taxa de juro, Gabriel Galípolo voltou a falar sobre momento de incertezas e de aversão a riscos no cenário internacional.
Ele diz que, diante da guerra tarifária empreendida pelos Estados Unidos, o Brasil “aumenta prêmios para atrair investidores”.
Inteligência
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), indagou se o Brasil está utilizando inteligentemente a busca de competitividade.
O senador utilizou uma afirmação feita pelo próprio presidente do BC para provocar os colegas senadores a enfrentarem um debate mais amplo na busca de caminhos que permitam ao país conviver, no longo prazo, com menores taxas de juros e, consequentemente, ampliar a competitividade do Brasil.
“Esse é um problema para todo mundo, independente se o cidadão é liberal, conservador, progressista. O problema dos juros foi relatado por um empresário e é relatado como um agente no endividamento das famílias. Acho que estamos deixando os juros altos no Brasil virarem quase um vício. Queria lançar e aprofundar esse debate”, sugeriu o senador.
O post Presidente do BC quer debate para buscar soluções às altas taxas de juros apareceu primeiro em Vermelho.