
Bento, que foi resgatado há um ano no terreno de uma construção, em Novo Horizonte (SP), vive em uma clínica veterinária. Devido à doença, muitas pessoas optam por não adotá-lo. Bento, que tem diabetes, foi resgatado em uma construção em Novo Horizonte (SP)
Um cão sem raça definida, que foi resgatado no terreno de uma construção em abril de 2024, em Novo Horizonte (SP), é rejeitado durante o processo de adoção devido a diabetes.
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O cachorro foi localizado por Marco Antônio Rodrigues, protetor independente de animais no município. Ele estava magro e debilitado quando foi visto em um bairro distante do centro da cidade.
Depois do resgate, o protetor levou o animal a uma clínica veterinária para tratar alguns ferimentos e problemas de pele ocasionados por parasitas. Na ocasião, o bichinho foi inicialmente diagnosticado com anemia.
Vira-lata Bento, que foi resgatado em Novo Horizonte (SP) e tem diabetes
Reprodução
Em entrevista ao g1, Marcos contou que, após descobrir o estado crítico de saúde do pet, decidiu chamá-lo de Bento.
“Eu que escolhi o nome. Como ele morava de “favor” nesse local, que era fora da cidade, ficou Bento, o nome de alguém muito simples”, relembra.
Ainda no início do tratamento, os médicos veterinários coletaram amostras de sangue e realizaram diversos exames que identificaram o quadro de diabetes.
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Diagnóstico e tratamento
A médica veterinária Jessica Possari Rodrigues, de 31 anos, explicou com detalhes sobre o diagnóstico de diabetes em cães e os efeitos que a doença pode causar, se não for tratada corretamente.
“A gente identifica a doença por meio do exame de sangue. A avaliação dos sintomas pode ser o cachorro estar urinando em grande quantidade, estar tomando muita água, além de estar comendo muito e tendo uma perda de peso involuntária” , conta.
Depois do diagnóstico, o mais importante, segundo Jessica, é iniciar o tratamento adequado, pois a doença não tem cura. A insulina é indispensável para controlar os níveis de glicose no sangue do pet.
“No caso do Bento, ele precisa comer uma ração especial, além de tomar insulina todos os dias. Depois disso, ele começou a ganhar mais peso, ter energia e também disposição”, explica.
Bento quando foi diagnosticado com diabetes na clínica em Novo Horizonte (SP)
Arquivo pessoal
Em relação à rotina de um animal como o Bento, uma ração especial também é recomendada. Exceto isso, a veterinária garante que é vida normal. O cão tem aproximadamente dois anos e pode realizar atividades diárias, como caminhadas, passeios, além de continuar sendo um excelente companheiro.
“Ele pode fazer as atividades normalmente, mas com esses cuidados diários que o tutor deve ter até o resto da vida dele”, conta.
Todavia, mesmo tendo tanto amor e carinho pelas pessoas, Bento continua sem um lar. Atualmente, ele permanece na clínica e sobrevive por meio de doações. A luta para quebrar preconceitos e tabus em relação à doença vai muito além dos sintomas.
Bento após os tratamentos contra diabetes em clínica de Novo Horizonte (SP)
Preconceito
À reportagem, Jéssica reforçou o quanto o diagnóstico de diabetes influencia na decisão das pessoas que querem adotar um cão. Nesse caso, Bento é sempre deixado de lado.
“O Bento poderia ter sido adotado muito antes, se não dependesse da insulina. As pessoas têm medo do trabalho e do gasto que esse animal pode oferecer, mas é um animal que tem muito apoio. Bastante gente ajudando, mas só isso não é suficiente para ele”, explica.
Bento após o tratamento na clínica em Novo Horizonte (SP)
Arquivo pessoal
Para se ter uma ideia, segundo Jessica, outros animais que não têm essa doença ficam no máximo três meses na fila de adoção aguardando um novo lar.
Com Bento, que está há 12 meses na clínica, isso ainda não aconteceu. A veterinária ainda explica que a dose de insulina necessária para o tratamento do animal durante 30 dias custa em média R$ 20, valor que se torna viável para muitas pessoas.
“Nosso sonho é que ele fosse adotado com todo amor, carinho e dedicação, pois ele também merece ser feliz e ter um lar como os outros”, revela.
* Colaborou sob supervisão de Henrique Souza
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