Estudante da USP é encontrada morta em estacionamento em São Paulo

O corpo da estudante Bruna Oliveira da Silva, 28, que estava desaparecida desde a noite de domingo (13), foi encontrado na noite desta quinta-feira (17) em um estacionamento na avenida Miguel Ignácio Curi, atrás da Fatec Itaquera, região da Vila Carmosina, na zona leste de São Paulo.Simone da Silva, mãe de Bruna, reconheceu o corpo pelas tatuagens, segundo contou à reportagem.Bruna era historiadora, professora do colégio Vital Brazil e estudante de mestrado em ciências sociais na USP (Universidade de São Paulo). Ela deixa um filho de sete anos.A Polícia Civil de São Paulo está investigando a morte. Não há ainda informações sobre possíveis culpados ou o que teria ocorrido até a sua morte.De acordo com a mãe, Bruna passou o fim de semana na casa do namorado, Igor Sales, no bairro Butantã, zona oeste da capital, e deixou a casa dele na noite de domingo, quando seguiu de metrô até a estação Corinthians-Itaquera da linha 3-Vermelha. Ela morava com o pai. O último contato com a mãe pelo celular foi às 22h21.Na estação, ainda segundo a mãe, Bruna disse que não tinha como chegar em casa e que estava com pouca bateria no celular. O namorado então fez uma transferência de dinheiro para que ela pudesse solicitar um aplicativo para voltar para casa. A partir daí, a família não teve mais notícias de Bruna.”Ele [o namorado de Bruna] fez o Pix, só que ela não chegou a pegar o carro de aplicativo. Não sabemos o motivo, se é porque acabou a bateria do celular, ou por outra razão. A estação Itaquera fica a 1 km da casa dela, e o corpo foi encontrado a 2 km de distância. Não sabemos se ela resolveu ir a pé e nesse momento alguém a abordou”, relatou a mãe.Os pais avisaram as autoridades no dia seguinte sobre o seu desaparecimento. O DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa) começou a investigar o caso já na própria segunda-feira (14).A mãe diz que não ter conseguido fazer o reconhecimento do corpo da filha no local, um terreno atrás da Fatec Itaquera, mas que “naquela hora soube que era a filha”. Na manhã da sexta (18), o reconhecimento foi realizado no IML (Instituto Médico-Legal) pelas tatuagens de Bruna. O corpo tinha sinais de agressão.”Eu preciso que façam justiça, de verdade. Pode parecer clichê e não vai diminuir minha dor, mas eu preciso saber quem fez isso com ela. Minha filha é uma menina tão doce. Uma menina que não fazia mal a ninguém, jovem, mãe também. Perdi minha filha de um jeito que eu nunca pensei que ia passar por isso na minha vida.”Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que, após o corpo ser encontrado na noite de quinta, policiais militares foram acionados para atender a ocorrência, e que ainda aguardam resultados de exames do Instituto de Criminalística e IML para saber a causa de morte.”O caso foi registrado como morte suspeita no 24º Distrito Policial [de Ponte Rasa] e as investigações estão em andamento visando o total esclarecimento dos fatos”, diz a pasta, em nota.Bruna era formada em história pela USP e concluiu a dissertação de mestrado no programa de história social da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) da universidade em 2020.Recentemente, havia sido aprovada também no mestrado no programa de pós-graduação em mudança social e participação política da EACH-USP (Escola de Artes, Ciências e Humanidades) da USP, conhecida como USP Leste.Sua linha de pesquisa investigava a escravidão desde 1860 no Brasil e sua cobertura na mídia.Em nota, a direção da EACH-USP lamentou a morte de Bruna.”A direção envia os sentimentos aos familiares e amigos”, diz a nota assinada pelos professores Ricardo Uvinha e Fabiana Evangelista, respectivamente diretor e vice-diretora do instituto.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.