
Alisson Henrique voltou a praticar estelionato dois meses após sair da prisão pelo mesmo crime em Uberlândia. O investigado já teria feito pelo menos 20 vítimas, causando um prejuízo que ultrapassa R$ 1 milhão. Alisson Henrique, falso corretor, foi preso em Uberlândia
Reprodução/Redes Sociais
Alisson Henrique, de 29 anos, que levava uma vida de luxo aplicando golpes, foi preso pela segunda vez em menos de dois meses por estelionato em Uberlândia.
Segundo a Polícia Civil, para enganar compradores e dar credibilidade ao serviço de corretagem de imóveis que oferecia, Alisson utilizava um registro falso do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-MG), passando-se por profissional sério e vendendo imóveis de forma ilegal.
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A investigação da Polícia Civil apontou que Alisson apresentava uma carteira falsificada do conselho para ganhar credibilidade junto às vítimas. “Ele apresentava um número de Creci falso, afirmava que trabalhava junto a algumas imobiliárias e fazia a venda do ágio desse imóvel. Muitas vezes um imóvel de baixo valor para pessoas idosas”, detalhou a delegada Tauany Abou Rejaili.
A prisão em flagrante ocorreu na última sexta-feira (11), quando Alisson saía de um cartório, acompanhado de uma das vítimas, no Centro de Uberlândia. Um comparsa, de 21 anos, também foi preso.
O falso corretor já havia sido detido em 27 de novembro de 2024 pelo mesmo crime, mas foi solto em janeiro deste ano com uso de tornozeleira eletrônica.
“É uma pessoa conhecida, que ostenta um padrão de vida luxuoso. Utiliza de veículos de luxo para mostrar maior credibilidade às vítimas. Ele é um estelionatário que passa uma narrativa ardilosa e consegue ludibriar as vítimas”, detalhou a delegada.
O g1 entrou em contato com o advogado que havia sido constituído em processos anteriores, porém ele informou que não representa mais o investigado. A atual defesa não foi localizada pela reportagem.
Como o falso corretor de Uberlândia agia
Segundo a Polícia Civil, Alisson aplicava golpes desde 2022. Ele se passava por corretor de imóveis, enquanto seus comparsas fingiam ser os proprietários dos imóveis.
As vítimas eram atraídas por anúncios nas redes sociais e compravam imóveis que, supostamente, estariam desocupados. Os investigados elaboravam contratos de compra e venda com certidões falsas, em nome de um dos comparsas.
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Convencidas de que o negócio era legítimo, as vítimas faziam transferências via PIX para a conta do falso corretor. A polícia informou que, no passado, pelo menos 15 pessoas foram enganadas, com prejuízos individuais que variaram entre R$ 60 mil e R$ 80 mil.
Investigado foi preso novamente e levado ao Presídio Jacy de Assis em Uberlândia
Reprodução/Redes Sociais
Convencidas de que o negócio era legítimo, as vítimas faziam transferências via PIX para a conta do falso corretor. A polícia informou que, no passado, pelo menos 15 pessoas foram enganadas, com prejuízos individuais variando entre R$ 60 mil e R$ 80 mi
Após ser solto em janeiro deste ano, Alisson voltou a atuar como falso corretor e fez outras cinco vítimas. No total, o golpe causou um prejuízo superior a R$ 1 milhão
“Ele descumpriu as medidas impostas a ele, começou a fazer novas vítimas, relatando o mesmo modo de agir, mas dessa vez ele alterava o nome, colocava só o segundo nome dele e chamou um novo comparsa”, explicou a delegada.
Pelos crimes anteriores, Alisson foi indiciado por estelionato, invasão de domicílio e associação criminosa. Um novo inquérito investigativo foi aberto pela PC. O investigado foi transferido para o Presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia.
Registro obrigatório para corretores
Em Uberlândia, aproximadamente 3 mil pessoas estão cadastradas no Conselho Regional de Corretores de Imóveis. Henrique Calixto, delegado da 4ª Região do Creci, destacou a importância de verificar se a pessoa com quem se está negociando possui registro na entidade.”
“Você não compra imóvel com o porteiro, com o síndico, com quem quer que seja, você tem que comprar com um corretor. E para ser corretor tem que estar filiado e cadastrado ao Creci. Fora isso, é exercício ilegal da profissão e isso é crime.”
Para se tornar corretor de imóveis, é necessário concluir o curso de Técnico em Transações Imobiliárias ou Gestão de Negócios Imobiliários. Com o diploma em mãos, o profissional pode solicitar o registro no Creci. Após a aprovação, ele recebe a carteira definitiva, habilitando-o a exercer legalmente a profissão.
Henrique Calixto afirmou que as fiscalizações acontecem com frequência para identificar falsos profissionais. “Nós temos fiscais na cidade de Uberlândia, temos também o auxílio de outros fiscais que vêm de foram, de Belo Horizonte ou cidades vizinhas, que vem nos auxiliar. Mesmo assim esse tipo de situação acontece”.
A recomendação é que, em caso de dúvida sobre a veracidade do registro apresentado pelo corretor, entre em contato com o Conselho. Em Uberlândia, a Delegacia Regional do Creci está localizada na Rua Jerônimo Martins do Nascimento, nº 1.254, no Bairro Aparecida. O telefone é (34) 3234-2744.
Homem é preso por estelionato em Uberlândia
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