
Ideia é tentar ‘acelerar’ ratificação do acordo Mercosul-UE. Diplomatas e especialistas têm dito que o Brasil deve buscar mais parceiros comerciais ao redor do mundo. O ex-senador Jorge Viana (PT-AC), atual presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex)
Asscom/ApexBrasil
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) informou que representantes do órgão e do Ministério das Relações Exteriores viajarão para a Europa entre os dias 23 e 30 e abril para tentar ampliar as relações comerciais com países do continente.
A viagem da comitiva brasileira acontece num momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem imposto o chamado “tarifaço” a produtos estrangeiros vendidos no mercado americano, o que afeta diretamente as exportações brasileiras.
Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás somente da China.
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E, mesmo com a relação comercial superavitária para os americanos, a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília divulgou um comunicado em português no qual citou o Brasil entre os países que “sufocam” parte da economia americana.
Nesse cenário, diplomatas e especialistas têm defendido que país busque mais parceiros comerciais ao redor do mundo, principalmente na Europa e na Ásia.
De acordo com a Apex, a comitiva brasileira – formada por integrantes do governo e também por empresários de setores como café e frutas – cumprirá a seguinte agenda na Europa:
23 e 24 de abril: Lisboa (Portugal);
25 e 26 de abril: Varsóvia (Polônia);
28 e 29 de abril: Bruxelas (Bélgica).
Conforme a Apex, a agenda prevê reuniões os seguintes setores:
comércio e investimentos;
ciência, tecnologia e inovação;
agrícola.
Para o presidente da Apex, Jorge Viana, o “tarifaço” de Trump pode, na prática, “acelerar” a implementação do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.
Negociado desde 1999, o acordo entrou na fase de revisão em 2019 e somente em 2024, durante a cúpula do Mercosul, foi assinado.
Agora, a implementação depende da ratificação do Conselho da União Europeia (que representa os governos dos 27 Estados-Membros) e do Parlamento Europeu (que representa os cidadãos dos países do bloco).
“A expectativa é que essa missão possa ajudar na aceleração do processo de aprovação, reforçando o compromisso do Brasil com a abertura comercial, a sustentabilidade e o fortalecimento de laços estratégicos”, afirmou a Apex em nota.