Problema de drenagem em Anápolis persiste há mais de 20 anos

A Defesa Civil e a CMTT (Companhia Municipal de Trânsito e Transporte) de Anápolis interditaram, nesta terça-feira, 15, a Rua Anhanguera, que liga a Avenida Brasil ao bairro Vila Goiás. O local sofreu danos estruturais, devido ao volume atípico de chuva da segunda-feira, 14. Segundo a Secretaria Municipal de Obras, Meio Ambiente e Serviços Urbanos, o tráfego no local será liberado em até 20 dias. Além dos problemas de infraestrutura, uma vida foi perdida no início da semana. A motociclista Fabia Francisco de Castilho morreu após cair de moto ao passar por uma enxurrada.

O problema de drenagem, no entanto, existe desde a concepção dos bairros, desde a formação da cidade. “O município foi crescendo e expandiu do centro para as extremidades. Ele foi crescendo, porém, em grande parte, sem o devido dimensionamento das drenagens. Então, você tem hoje no município regiões que têm drenagem subdimensionada, ou seja, as galerias, as dimensões das galerias não suportam o volume de água e outras áreas que sequer têm as galerias, que é o caso, por exemplo, de onde a Fábia, que veio a falecer. Lá é um local que sequer tem galerias subterrâneas, ou seja, toda a água escoa pelo asfalto, por cima, por isso que deu aquele problema”, explicou Thiago de Sá Lima, Secretário de Obras, Meio Ambiente, Habitação e Planejamento Urbano ao Jornal Opção.

Por exemplo, a região central e a região do Jundiaí têm drenagem subdimensionada, drenagem com tubulação de 60 centímetros, muito aquém do que tem hoje em função do crescimento da cidade. “Quando elas foram concebidas, tinha-se uma área pequena, infermeabilizada, então a quantidade de água que vinha era muito menor. A cidade cresceu, os anos passaram e isso não foi refeito”, destacou Thiago.

“Que eu me lembro, pelo menos, há 20 anos que eu vejo o problema acontecer nesse período chuvoso, mas isso já se arrasta até mais tempo”. Segundo o secretário afirmou, nos últimos anos não foram feitos investimentos de ordem significativa para resolver o problema do dimensionamento das redes. Hoje a cidade está impermeável. A água deve escoar de forma sem problema de macrodrenagem, que é outro problema.

“Esse é o caso do Antras, o caso do Góis, onde a água chega nessas regiões baixas e dá inundação e causa outros tipos de problemas, como também já aconteceu mortes ali na região da Amazílio. Então, é realmente muito crítico o problema, porque ele não é simples de se resolver, são obras estruturantes que você não resolve em pouco tempo. É necessário planejamento, fazer muita escavação e isso dá um certo desgaste, porque são obras complexas, em regiões geralmente comerciais”, destacou Thiago.

O que está sendo feito agora?

Logo no início da gestão do prefeito Márcio Corrêa (PL), foi criado um núcleo de projetos com o objetivo de estudar Anápolis de forma estruturada, não apenas na área de transferência, mas considerando demandas de médio e longo prazo em obras estruturantes.

No foco da drenagem, a equipe técnica mapeou os principais pontos críticos da cidade, tanto em relação à macrodrenagem — que garante o escoamento dos rios e evita inundações — quanto à drenagem urbana, que sofre com redes pluviais mal dimensionadas.

Nos primeiros 100 dias, a Prefeitura elaborou projetos no valor de R$ 260 milhões voltados exclusivamente para direção, além de outros R$ 60 milhões destinados a obras de contenção de encostas. O objetivo é garantir recursos para intervenções que realmente resolvam os problemas estruturais da cidade.

Segundo a gestão, grande parte desses projetos já foi concluída e aguarda retorno positivo para que as obras possam começar. Enquanto isso, ações emergenciais seguem em andamento para reparar os erros causados ​​pelas últimas chuvas.

A administração confirmou que o município passou anos sem investimentos importantes nessa área. As redes de drenagem estão entupidas, há falhas de dimensionamento e problemas agravados pela falta de limpeza urbana. “Agora é hora de enfrentar esse problema. O prefeito está comprometido em investir e resolver. Os resultados não virão de imediato, nem no próximo período de chuvas, porque a cidade é grande. Mas o trabalho já começou”, reforça o secretário de Obras, Meio Ambiente, Habitação e Planejamento Urbano.

Posteriormente, com a estiagem, o objetivo é colocar em prática um projeto para oferecer condições seguras a longo prazo para a população da região.

“As estradas são precárias, especialmente nas regiões de Igrejinha, Interlândia e BR-414. Esta semana entro em Sousânia, com um serviço de qualidade: cascalho e uso de compactador, para não apenas jogar o cascalho, mas também raspar as estradas que precisam de manutenção. Em Sousânia, a situação é mais grave, com erosões que desativam um plano de drenagem”, afirmou o prefeito Márcio Corrêa.

A Defesa Civil orienta que motoristas e pedestres respeitem a sinalização e busquem rotas alternativas para não passar pelo locais afetados, já que a situação pode colocar essas pessoas em risco.

Parceria com a Goinfra

O prefeito Márcio Corrêa esteve ontem com o presidente da Goinfra, Pedro Sales, para tratar de uma parceria emergencial de transporte de pontes que colapsaram com as últimas chuvas em Anápolis. O acordo foi firmado por meio de um termo de cooperação técnica, que será formalizado nos próximos dias.

“Somente anteontem, três pontes desabaram, e há outras três que já foram danificadas nesse período chuvoso. Essa parceria com o governo estadual, por meio da Goinfra, é fundamental, principalmente diante das limitações fiscais e estruturais com que recebemos o município”, afirmou o prefeito.

A Goinfra já atua em Anápolis com patrulhas de manutenção em estradas vicinais e vai ampliar o apoio agora para as obras emergenciais nas pontes. “Estivemos ontem na Goinfra, tratamos da situação e hoje estamos formalizando o processo. Assim que as chuvas cessarem e os rios baixarem, os trabalhos poderão ser iniciados. Os projetos serão feitos com celeridade para que a execução comece o quanto antes”, concluiu Márcio Corrêa.

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