Chefão da Meta depôs pelo segundo dia em julgamento que questiona a compra da rede social e do WhatsApp pela empresa que já era dona do Facebook. Mark Zuckerberg considerou tornar Instagram uma empresa separada em 2018, em antecipação a uma possível acusação de monopólio.
É o que diz um documento mostrado no segundo dia de depoimento do executivo em um julgamento onde a Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC) busca desfazer a compra do Instagram e do WhatsApp pela Meta.
ENTENDA: Por que Zuckerberg pode ser obrigado a vender Instagram e WhatsApp
O caso, aberto ainda durante o primeiro mandato do presidente Donald Trump, é visto como um teste para as promessas do novo governo de enfrentar as grandes empresas de tecnologia.
“Eu me pergunto se deveríamos considerar a medida extrema de transformar o Instagram em uma empresa separada”, disse o presidente-executivo da Meta em um memorando onde discutia possíveis estratégias sobre como reorganizar a família de aplicativos da empresa de mídia social.
“À medida que crescem os pedidos para desmembrar as grandes empresas de tecnologia, há uma chance nada trivial de que sejamos forçados a desmembrar o Instagram e talvez o Whatsapp nos próximos 5 a 10 anos”, escreveu ele.
Comprou o Instagram porque era ‘melhor’
Zuckerberg disse que a Meta comprou o Instagram (em 2012) porque ele tinha uma câmera “melhor” do que aquela que sua empresa estava tentando construir sob sua marca principal, o Facebook, na época.
“Estávamos fazendo uma análise de construção versus compra” durante o processo de criação de um aplicativo de câmera, disse Zuckerberg. “Achei que o Instagram era melhor nisso, por isso achei que seria melhor comprá-lo.”
Zuckerberg também reconheceu que muitas das tentativas da empresa de criar seus próprios aplicativos falharam.
O reconhecimento pareceu reforçar as alegações das autoridades antitruste dos EUA de que a Meta havia usado uma estratégia de “comprar ou enterrar” para abocanhar rivais em potencial, manter concorrentes menores à distância e manter um monopólio ilegal.
“Criar um novo aplicativo é difícil”, disse Zuckerberg ao tribunal. “Provavelmente, tentamos criar dezenas de aplicativos ao longo da história da empresa e a maioria deles não deu certo.”
O que diz a Meta em sua defesa
O depoimento de Zuckerberg acontece anos após a divulgação de declarações delicadas retiradas de documentos do próprio Facebook, como um email de 2008 no qual ele disse que “é melhor comprar do que competir”.
A empresa argumenta que suas intenções passadas são irrelevantes porque a FTC definiu o mercado de mídia social de forma imprecisa e não levou em conta a forte concorrência que a Meta tem enfrentado do TikTok, do YouTube e do aplicativo de mensagens da Apple.
A FTC acusa a Meta de deter o monopólio das plataformas usadas para compartilhar conteúdo com amigos e familiares, considerando que seus principais concorrentes nos EUA são o Snapchat e o MeWe, um pequeno aplicativo de mídia social voltado para a privacidade lançado em 2016.
As plataformas em que os usuários transmitem conteúdo para estranhos, com base em interesses compartilhados, como X, TikTok, YouTube e Reddit, não foram consideradas pela FTC.
Zuckerberg também contestou a alegação da comissão de que a Meta consegue mostrar mais anúncios aos usuários porque não tem concorrentes, outro pilar fundamental do caso.
Embora os processos antitruste normalmente se baseiem na capacidade de um monopolista de aumentar os preços para os clientes, a FTC destacou a capacidade da Meta de diminuir a qualidade dos aplicativos que os usuários acessam gratuitamente, por exemplo, aumentando o número de anúncios.
Zuckerberg rejeitou a ideia de que mais anúncios equivalem a uma pior experiência do usuário, dizendo que os anúncios nos aplicativos do Meta melhoraram e que seu sistema foi projetado para “mostrar mais conteúdo publicitário para pessoas que gostam de ver conteúdo publicitário”.
A Meta chegou a cogitar a introdução de um feed só com anúncios, sugeriu Zuckerberg ao ser questionado pelo advogado da FTC, Daniel Matheson. “Acho que já discutimos isso em diferentes momentos, mas não fizemos isso”, disse o executivo.
É o que diz um documento mostrado no segundo dia de depoimento do executivo em um julgamento onde a Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC) busca desfazer a compra do Instagram e do WhatsApp pela Meta.
ENTENDA: Por que Zuckerberg pode ser obrigado a vender Instagram e WhatsApp
O caso, aberto ainda durante o primeiro mandato do presidente Donald Trump, é visto como um teste para as promessas do novo governo de enfrentar as grandes empresas de tecnologia.
“Eu me pergunto se deveríamos considerar a medida extrema de transformar o Instagram em uma empresa separada”, disse o presidente-executivo da Meta em um memorando onde discutia possíveis estratégias sobre como reorganizar a família de aplicativos da empresa de mídia social.
“À medida que crescem os pedidos para desmembrar as grandes empresas de tecnologia, há uma chance nada trivial de que sejamos forçados a desmembrar o Instagram e talvez o Whatsapp nos próximos 5 a 10 anos”, escreveu ele.
Comprou o Instagram porque era ‘melhor’
Zuckerberg disse que a Meta comprou o Instagram (em 2012) porque ele tinha uma câmera “melhor” do que aquela que sua empresa estava tentando construir sob sua marca principal, o Facebook, na época.
“Estávamos fazendo uma análise de construção versus compra” durante o processo de criação de um aplicativo de câmera, disse Zuckerberg. “Achei que o Instagram era melhor nisso, por isso achei que seria melhor comprá-lo.”
Zuckerberg também reconheceu que muitas das tentativas da empresa de criar seus próprios aplicativos falharam.
O reconhecimento pareceu reforçar as alegações das autoridades antitruste dos EUA de que a Meta havia usado uma estratégia de “comprar ou enterrar” para abocanhar rivais em potencial, manter concorrentes menores à distância e manter um monopólio ilegal.
“Criar um novo aplicativo é difícil”, disse Zuckerberg ao tribunal. “Provavelmente, tentamos criar dezenas de aplicativos ao longo da história da empresa e a maioria deles não deu certo.”
O que diz a Meta em sua defesa
O depoimento de Zuckerberg acontece anos após a divulgação de declarações delicadas retiradas de documentos do próprio Facebook, como um email de 2008 no qual ele disse que “é melhor comprar do que competir”.
A empresa argumenta que suas intenções passadas são irrelevantes porque a FTC definiu o mercado de mídia social de forma imprecisa e não levou em conta a forte concorrência que a Meta tem enfrentado do TikTok, do YouTube e do aplicativo de mensagens da Apple.
A FTC acusa a Meta de deter o monopólio das plataformas usadas para compartilhar conteúdo com amigos e familiares, considerando que seus principais concorrentes nos EUA são o Snapchat e o MeWe, um pequeno aplicativo de mídia social voltado para a privacidade lançado em 2016.
As plataformas em que os usuários transmitem conteúdo para estranhos, com base em interesses compartilhados, como X, TikTok, YouTube e Reddit, não foram consideradas pela FTC.
Zuckerberg também contestou a alegação da comissão de que a Meta consegue mostrar mais anúncios aos usuários porque não tem concorrentes, outro pilar fundamental do caso.
Embora os processos antitruste normalmente se baseiem na capacidade de um monopolista de aumentar os preços para os clientes, a FTC destacou a capacidade da Meta de diminuir a qualidade dos aplicativos que os usuários acessam gratuitamente, por exemplo, aumentando o número de anúncios.
Zuckerberg rejeitou a ideia de que mais anúncios equivalem a uma pior experiência do usuário, dizendo que os anúncios nos aplicativos do Meta melhoraram e que seu sistema foi projetado para “mostrar mais conteúdo publicitário para pessoas que gostam de ver conteúdo publicitário”.
A Meta chegou a cogitar a introdução de um feed só com anúncios, sugeriu Zuckerberg ao ser questionado pelo advogado da FTC, Daniel Matheson. “Acho que já discutimos isso em diferentes momentos, mas não fizemos isso”, disse o executivo.