“Pauta da anistia não interessa aos brasileiros”, afirma Silvio Costa Filho

O ministro de Portos e Aeroportos e deputado federal licenciado, Silvio Costa Filho (Republicanos), afirmou que a polêmica em torno do projeto de lei da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 não interessa à sociedade brasileira. Em entrevista ao meu podcast Direto de Brasília, em parceria com a Folha de Pernambuco, o auxiliar do presidente Lula disse que respeita todos os posicionamentos, mas que gostaria que o Congresso Nacional se debruçasse sobre outros temas.

“Essa não é uma pauta do Brasil. A pauta do Brasil é o combate à criminalidade, é a retomada de obras estruturantes. Tanto que, em todas as pesquisas, a maioria do povo é contra anistiar o ex-presidente Bolsonaro e muitos que tentaram atacar a democracia brasileira. Não é nem um tema que cabe ao Parlamento, mas temos que respeitar a posição de cada um. Mas, se eu estivesse lá (na Câmara), não assinaria (a urgência para a votação do projeto de lei)”, afirmou.

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Sílvio defendeu seus correligionários do Republicanos, dos quais saíram 25 votos a favor da urgência, mesmo o partido ocupando o Ministério de Portos e Aeroportos. “De fato, a maioria dos deputados do Republicanos votou em Bolsonaro e foi eleita por esse segmento. Mas o presidente Marcos Pereira respeita a posição de cada parlamentar. Todos os partidos de centro têm posições ideológicas diferentes, essa é a beleza da democracia. Mas, todas as vezes, em 2023, 2024 e 2025, que o governo precisou votar matérias de interesse econômico, social, o programa Pé-de-Meia, o Minha Casa Minha Vida, o arcabouço fiscal, todos esses temas tiveram apoio da bancada do Republicanos. Agora, na anistia, está dividido, faz parte”, colocou o ministro.

Mesmo assim, Silvio Costa Filho afirmou que a pauta contra a anistia não é um tema de governo. “Acho uma pena que a principal pauta da oposição hoje não seja econômica ou social, mas anistiar aqueles que atentaram contra a democracia”, cutucou. “Mas essa anistia não é do governo do presidente Lula, é de setores da sociedade que buscam um tensionamento com o Supremo. Todos sabem que há vícios de inconstitucionalidade nessa matéria e que, mesmo que ela seja aprovada na Câmara, o Senado pode pautar ou não, e depois o Supremo pode alegar a inconstitucionalidade”, ressaltou.

Ele disse ainda que vê o correligionário Hugo Motta (PB), presidente da Câmara dos Deputados, tratando do tema com muito equilíbrio. “Ele não trabalha sob pressão. Tem muito equilíbrio na condução da Casa. Está viajando, voltará amanhã e deverá ter uma reunião com os líderes, e vai respeitar a vontade da maioria. Temos que aguardar essa reunião e, só a partir daí, fazer avaliações. Hugo sempre estará em defesa da democracia e das instituições. Não acredito que faça movimentos que prejudiquem isso. Ele tem muita serenidade, sei que construirá uma solução conjunta que fortalecerá o Congresso Nacional”, concluiu.

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