A Feira de Arte Goiás (FARGO) celebrará o centenário do artista plástico português, Antônio Poteiro, na 7ª edição marcada para os dia 14 a 18 de maio, no Centro Cultura Oscar Niemeyer. Conhecido por sua paleta vibrante, esculturas em cerâmicas e cenas do cotidiano, refletindo o imaginário com originalidade e força poética. A feira reforçará o compromisso de valorizar artistas e a produção local, e democratizar o acesso à arte.
Além das exposições, a feira contará com lançamento de livros e imersões artísticas, conectando públicos diversos em torno de temas como arte contemporânea, patrimônio cultural, mercado criativo e pensamento crítico.
Wanessa Cruz, organizadora e curadora da feira e sócia da Arte Plena Produção em Cultura, explica que agora com a feira consolidada, a ideia é quebrar muros e atrair pessoas que ainda não conhecem, mas que vai às exposições para prestigiar os artistas. “É com muito orgulho que falamos sobre o crescimento da FARGO e de todo esse movimento, de toda essa cadeia produtiva das artes em Goiás”, afirma.
Ela aponta que se na primeira edição, muitos dos expositores estavam recém-saídos da universidade, hoje, vários deles já têm projeção nacional. “É isso que a gente quer com a FARGO: fomentar o mercado, dar visibilidade, apresentar artistas, valorizar a produção local e fortalecer o circuito das artes visuais no Centro-Oeste. Temos gente muito boa por aqui, artistas incríveis, profissionais sérios, e precisamos dar espaço para que possam ganhar projeção”, ressalta.
Ligação com Goiás
Antônio Poteiro possui uma ligação profunda e duradoura com o estado de Goiás, especialmente com a capital Goiânia, onde consolidou sua carreira artística e construiu grande parte de seu legado. Nascido em 10 de outubro de 1925, na aldeia de Santa Cristina da Pousa, em Braga, Portugal, Poteiro imigrou com a família para o Brasil em 1926, estabelecendo-se inicialmente em São Paulo. Posteriormente, residiu em Araguari e Uberlândia, em Minas Gerais, onde iniciou sua trajetória artística como ceramista, seguindo os passos do pai, Américo Batista de Sousa, também ceramista. Produzia peças utilitárias como potes, máscaras e bonecos de barro. O apelido “Poteiro” surgiu dessa atividade e foi adotado como nome artístico em 1957, por sugestão da folclorista Regina Lacerda.
Após passar por Minas Gerais, a família fixou residência definitivamente em Goiânia na década de 1940. A capital goiana, então uma cidade jovem e em plena construção, foi o cenário em que Poteiro viveu a maior parte de sua vida, se naturalizou brasileiro e se tornou um dos principais nomes da cultura local.
Embora tenha iniciado sua carreira nas artes plásticas como ceramista, Poteiro expandiu seu repertório artístico para a pintura em 1972, incentivado por artistas como Siron Franco e Cléber Gouvea. Sua pintura é caracterizada por uma paleta de cores vibrantes, composições densas e temáticas que exploram o cotidiano, o folclore, a religiosidade e as festividades populares brasileiras. Sua abordagem autodidata conferiu à sua obra uma autenticidade e originalidade que o destacaram no cenário artístico nacional.
Fomento
Desde sua primeira edição, a FARGO – Feira de Arte Goiás aposta no fomento ao mercado das artes visuais no Centro-Oeste, aproximando colecionadores, curadores, artistas e novos públicos. Além da exposição, o evento se firma também como uma importante plataforma para o setor editorial independente. O espaço se consolida como elo entre autores, leitores e pesquisadores, incentivando a circulação de ideias e a difusão de obras que, muitas vezes, não encontram espaço nos circuitos tradicionais.
“O impacto da FARGO é enorme na valorização da produção editorial independente e no incentivo à circulação do conhecimento em Goiás. O espaço, que funciona como um ponto de encontro entre escritores, pesquisadores e leitores, reafirma seu compromisso com a diversidade literária e artística”, reforça Sandro Tôrres, coordenador de projetos da Arte Plena e curador da FARGO.
Além de ser um evento para os colecionadores e para quem já está no circuito, a Feira de Arte Goiás é uma oportunidade para quem quer conhecer mais, para quem só quer passear — e também para quem quer começar a comprar arte com segurança. “A FARGO tem quebrado paradigmas como ‘Ah, deve ser tudo muito caro’ ou ‘Eu não entendo de arte, não é pra mim’, justamente por permitir uma real imersão ao mundo das artes e por levar muito conteúdo sobre esse universo. Temos muitos colecionadores que começaram comprando na feira e isso nos traz uma certeza que, sim, esse é o lugar certo. É o momento ideal”, comenta Tôrres.
A FARGO, desde 2017, passou a ter um papel de importante relevância na consolidação desse ambiente favorável para a produção e os negócios em arte e atua diretamente no incremento dessas relações e sempre se preocupou em representar para o segmento mais que um espaço expositivo, mas, para além disso, servir como local e um momento de reflexão e debate.
A FARGO 25 tem o apoio cultural do Programa Goyazes, da Secretaria de Cultura de Goiás. Co-realização SESC Goiás. Patrocínio Master Danglar.
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