Delação deve chegar a mais nomes no esquema de corrupção do sistema prisional de Pernambuco

Por Raphael Guerra
Do JC

O clima segue tenso e tende a ficar ainda mais com o avanço das investigações do esquema de corrupção no sistema prisional de Pernambuco. Além da força-tarefa para analisar mensagens de celulares e outros materiais apreendidos nas duas fases da operação La Catedral, a Polícia Federal está na expectativa de que alguns dos policiais penais presos confessem os crimes e fechem acordo de delação premiada.

As investigações se concentram nos crimes praticados no Presídio de Igarassu, localizado no Grande Recife, e que já resultaram nas prisões de dois ex-gestores e sete policiais penais, mas a Polícia Federal entende que novas fases da operação La Catedral serão deflagradas em breve, com a descoberta de provas materiais – inclusive de corrução em outras unidades prisionais do Estado.

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O clima segue tenso e tende a ficar ainda mais com o avanço das investigações do esquema de corrupção no sistema prisional de Pernambuco. Além da força-tarefa para analisar mensagens de celulares e outros materiais apreendidos nas duas fases da operação La Catedral, a Polícia Federal está na expectativa de que alguns dos policiais penais presos confessem os crimes e fechem acordo de delação premiada.

As investigações se concentram nos crimes praticados no Presídio de Igarassu, localizado no Grande Recife, e que já resultaram nas prisões de dois ex-gestores e sete policiais penais, mas a Polícia Federal entende que novas fases da operação La Catedral serão deflagradas em breve, com a descoberta de provas materiais – inclusive de corrução em outras unidades prisionais do Estado.

Em Igarassu, foi descoberto que presos tinham acesso a drogas, comidas via delivery, bebidas alcoólicas e até garotas de programa em festas. Em troca, os servidores públicos recebiam propina em dinheiro, alimentações e joias. “Estava muito escancarado”, resumiu um investigador ouvido sob reserva.

Advogados de policiais penais presos já indicaram, nos bastidores, que podem vir a concordar com a delação premiada. Sob pressão, os suspeitos estão há quase 50 dias em celas isoladas, com pouco tempo de banho de sol, no Complexo Prisional de Itaquitinga, na Mata Norte do Estado, o que eleva ainda mais o desejo de um acordo. E a Polícia Federal sabe disso.

Em paralelo, os analistas seguem transcrevendo as mensagens, vídeos e fotos encontrados nos aparelhos apreendidos com os suspeitos na operação. Uma mídia achada no celular do ex-diretor do Presídio de Igarassu Charles Belarmino de Queiroz, preso desde 25 de fevereiro, foi fundamental para a Justiça decretar a prisão preventiva de André de Araújo Albuquerque, ex-secretário executivo de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado – segundo cargo mais alto da pasta estadual.

No vídeo, o ex-gestor aparece recebendo maços de dinheiro do presidiário Antônio de Souza Sobrinho, o Sertanejo, de 43 anos, na sala da direção do Presídio de Igarassu. As imagens teriam sido registradas por Charles com uma câmera espiã.

Agora, com o celular de André apreendido e sob análise, os investigadores acreditam que mais nomes vão surgir no esquema de corrupção.

Por enquanto, os investigados devem responder pelos crimes de tráfico e associação para o tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, corrupção, prevaricação, promoção ou facilitação de ingresso de aparelho telefônico em presídio e participação em organização criminosa.

Em nota divulgada na semana passada a Polícia Federal destacou que a “Operação La Catedral segue em andamento, com ações coordenadas para o completo desmantelamento das estruturas criminosas identificadas no âmbito do sistema penitenciário estadual”.

Já a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização declarou que “não compactua com quaisquer atos ilícitos dentro do sistema prisional de Pernambuco, nem com desvios de conduta por parte de seus servidores”.

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