Morre Vargas Llosa, Nobel de Literatura e defensor da extrema-direita

O escritor Mario Vargas Llosa morreu neste domingo (13), aos 89 anos, na capital de seu país, Lima, no Peru. A causa da morte não foi informada pela família. A presidente do país, Dina Boluarte, decretou luto nacional nesta segunda-feira (14).

Llosa foi vencedor do prêmio Nobel de Literatura em 2010 e, além de conhecido por sua obra, também ganhou notoriedade como político declaradamente de direita. Nos últimos anos, também demonstrou apreço por figuras da extrema direita, como o ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.

Nascido em 28 de março de 1936, em Arequipa, em 1959 foi para Paris, onde se casou com Julia Urquidi, sua tia — neste mesmo ano, publicou “Os Chefes”, seu primeiro livro.

Mais tarde, se casou com sua prima-irmã e sobrinha de sua ex-esposa, Patricia Llosa, com quem teve três filhos e ficou por 50 anos. Em 2015, começou uma nova relação com Isabel Preysler, ex-mulher do cantor Julio Iglesias.

Leia também: Vargas Llosa e a falsa dialética de bom escritor, mas cidadão de direita

Ganhou destaque no mundo literário em meio ao chamado “boom latino-americano”, dos anos 1960 e 1970, quando várias escritores, que passaram a figurar entre os mais consagrados da literatura mundial, apareceram para o grande público com um estilo próprio da cultura da região — entre eles Júlio Cortázar, Gabriel Garcia Marquez e Juan Rulfo.

Dentre seus livros estão, ainda, “Conversa no Catedral”, “A Cidade e os Cachorros”. Um deles, “Pantaleão e as Visitadoras”, virou filme em 2000, dirigido pelo também peruano Francisco Lombardi. Em 2010, recebeu o Nobel por sua obra, entre outros prêmios angariados ao longo de sua carreira.

Embora tenha iniciado sua vida política flertando com a esquerda, logo fez a conversão à direita. Em 1960, quando já se colocava neste espectro político, foi candidato a presidente do Peru e perdeu para alguém ainda mais à direita, Alberto Fujimori, que embora eleito, acabou se tornando um ditador.

Em 2021, Vargas Llosa declarou voto na filha de Fujimori, Keiko, de extrema direita — a eleição foi então vencida por Pedro Castilho, de esquerda. No mesmo ano, apoiou José Antonio Kast, no Chile, que foi vencido por Gabriel Boric.

Outra aposta perdedora foi feita em 2019, quando se posicionou a favor de Maurício Macri contra Alberto Fernandez, que saiu vitorioso do pleito argentino. E, em 2022, viu seu favorito, Jair Bolsonaro, perder para Lula.

Há poucos anos, em meio ao movimento Me Too — que passou a denunciar abusos sofridos por mulher nos EUA — declarou que “hoje, o feminismo é o maior inimigo da literatura”.

Apesar de não ter sido divulgada a causa da morte, sabe-se que o escritor teve sua saúde enfraquecida nos últimos anos, especialmente depois de contrair Covid-19 por duas vezes, em 2022 e 23, quando viva em Madrid. Já debilitado, voltou ao seu país em 2024.

Com agências

O post Morre Vargas Llosa, Nobel de Literatura e defensor da extrema-direita apareceu primeiro em Vermelho.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.