Por José Adalbertovsky Ribeiro*
MONTANHAS DA JAQUEIRA – Os devotos da seita vermelha estão adorando as estripulias de Donald Trump no faroeste financeiro. Dizem que o bicho é meio pirado. A vida é um faroeste com balas perdidas e balas certeiras. Ele trabalha nas guerras e nas guerrilhas. Ninguém é magnata e presidente de uma superpotência por milagre ou por geração espontânea. A loucura e a ousadia do galegão têm método.
Mais que esta guerra de tarifas Trump direciona seus mísseis contra o Deep State, o Estado profundo, povoado por entidades mal-assombradas de ONGs, sociedades secretas e lobisomens, com de objetivos escusos, sempre camuflados. Guardo em minhas retentivas as histórias sobre o envolvimento do Governo dos EUA no apoio e articulações em favor dos golpistas da década de 1960.
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Navegado nos mares pacíficos da legalidade, a USAID (a Agência dos Estados Unidos para o desenvolvimento internacional), na verdade criada por John Kennedy para se contrapor à influência maléfica do comunismo na América Latina, foi infiltrada pela New Left, de grão em grão, nos anos 1980 e 1990, e hoje, quem te viu, quem te vê, é uma organização a serviço dos movimentos globalistas. Em termos amenos, é dito que a esquerda corrigiu os erros do passado. De vera, entrou nos caminhos da perdição do pós marxismo de Gramsci.
Trump está tratorando a nova esquerda da USAID.
Década de 1960, as esquerdas criaram um slogan maledicente no Brazil; “Basta de intermediário: Lincoln Gordon presidente” (era o embaixador americano no Brasil). Lenda ou realidade, diziam que a poderosa Segunda Frota estava estacionada nas águas territoriais brasileiras em apoio aos militantes revolucionários. A misteriosa Frota nunca deu as caras, mas ainda hoje permanece no lendário das cabeças vermelhas.
Baseado nos valores da liberdade, democracia e liberdade de oportunidades, o “sonho americano” propagou-se com todos os ventos a partir dos anos 1940, em meio à guerra fria e no fim da grande guerra mundial. No outro lado havia a cortina de ferro da União Soviética, símbolo da opressão.
As telas dos cinemas em todo o mundo ocidental exibiam as figuras de atrizes e atores, os galãs e as musas do cinema. que se tornaram musas de gerações a partir dos anos 1940 e até enfeitiçavam corações. Os cenários eram maravilhosos, atores e atrizes encantadores transmitiam a mensagem subliminar da América próspera em clima de liberdade. Não aparecia uma só atriz ou ator negro. A luta social foi feita por ativistas e intelectuais.
Na corrente contrária, havia a secular Doutrina Monroe, que propunha: “América para os americanos”. Em meio às ondas de migração de todas as latitudes do mundo, impossível distinguir os WASP – Branco, Anglo-Saxão e Protestante. Esta é uma ideia racista superada pelas migrações e movimentos de emancipação. O galegão Trump vem dessas raízes de segregação e preconceituosas.
Combater o Deep Stade, tudo bem. Tarifas, os capitalistas de entendem. O mundo hoje repudia o racismo e segregacionismo.
*Periodista, escritor e quase poeta
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