De olho na Páscoa, lojas importam pistache de até R$ 1 mil o quilo: ‘Já caiu no paladar do brasileiro’


Fruto ainda não é cultivado no Brasil e, por isso, precisa ser importado. Confeitarias acreditam que a febre do sabor continuará pelos próximos anos. Ovo de páscoa com massa de cookie recheado com pistache de confeitaria de Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
Uma das principais apostas das lojas de chocolate para a Páscoa deste ano é o pistache. O sabor virou tendência e, segundo comerciantes ouvidos pelo g1, é um dos favoritos do público. Por outro lado, com a procura em alta, os custos de produção viraram um desafio.
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O fruto verde e nutritivo é originário das áreas montanhosas do Oriente Médio. Ainda não é cultivado no Brasil, mas a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) quer começar a plantá-lo no Ceará a partir de 2027. Os Estados Unidos e o Irã são os maiores produtores do mundo.
Gestor de uma rede de lojas em Ribeirão Preto (SP), Daniel Nacata Garcia destacou que, ainda que o pistache tenha ficado em evidência no Brasil há pouco tempo, ele ganhou protagonismo em diferentes tipos de doces.
“Pistache, nos últimos dois anos, tem sido uma tendência, e o pessoal conhecendo mundialmente. No Brasil, ele é um pouco mais recente, mas já caiu no paladar do brasileiro. Nós tivemos sempre essa curiosidade de estar viajando ao mundo e buscando também no Brasil os grandes centros. Notamos essa tendência não só nos ovos, mas em várias linhas de chocolate moldado, doces, bolos, sorvetes.”
Ovo de chocolate branco com pistache é uma das tendências para esta Páscoa
Reprodução
Para produzir esses doces, os comércios podem optar por sabores artificiais, de menor qualidade, ou pelo próprio fruto, que é melhor, mas que podem chegar a R$ 1 mil o quilo.
Apesar do custo, as importações brasileiras do pistache triplicaram desde 2022. Foram de 350 para mais de mil toneladas em 2024.
“Muitas vezes a matéria-prima é substituída pela sintética porque ela é cara. No nosso caso, vem da Itália. Produtos de alto custo. Tem matéria-prima que supera R$ 1 mil o quilo. Ainda assim é nossa preferência, mesmo tendo uma margem menor de lucro”, afirma Garcia.
Pistache
Gelateria Borelli/Divulgação
Veio para ficar
Responsável por outra loja em Ribeirão, Leticia Botelho destaca que a febre do pistache teve início em 2023, quando a procura aumentou bastante.
“Os clientes sempre gostaram muito, mas desde 2023, quando começou a onda do pistache, as vendas aumentaram muito desse produto e tem tido uma procura muito maior.”
Na loja dela, os produtos com preços de venda mais elevados são os ovos de Páscoa.
“O nosso produto mais barato de pistache é a nossa mini trufa, saindo com o custo de R$ 6 a unidade com aproximadamente 20 g. O nosso produto mais caro com pistache, nesta época de Páscoa, são os ovos, chegando até a R$ 197.”
Bolo de Pistache
Mariana Perussi/TV Fronteira
Para Garcia, o sabor permanecerá em alta nos próximos anos. Consequentemente, a expectativa é por lucros maiores também.
“Caiu já no gosto do brasileiro e é uma tendência para os próximos anos. O consumo aumentou significativamente, isso representa também uma boa fatia de faturamento do nosso negócio”, finalizou.
Onda verde do pistache triplica importações e aumenta oferta em docerias, mercados e fast-food
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