Por Ney Lopes
Do Blog do Ney Lopes
A Argentina, após atravessar sérias crises políticas e econômicas, continua a enfrentar desafios como a eliminação de subsídios e a demissão de funcionários públicos. No entanto, a pobreza recuou e o país teve um segundo semestre de 2024 mais positivo.
O maior desgaste se concentra na eliminação de subsídios para serviços básicos, como luz, água e transportes públicos; na demissão de milhares de funcionários públicos; na diminuição do reajuste de salários, aposentadorias e pensões; no congelamento de obras públicas; na desestatização e privatização de empresas estatais; e no “choque econômico” do primeiro semestre de 2024, que fez o PIB argentino cair 1,7% em relação a 2023.
Por outro lado, a pobreza recuou em 2024; no terceiro trimestre, a atividade econômica avançou 4,3%; no quarto trimestre, avançou 1,4%; e a economia do país teve um segundo semestre mais positivo.
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Algumas das medidas do governo argentino incluem a abertura da economia para mais exportações e importações, além da eliminação de uma lei que limitava os aumentos de preços em produtos da cesta básica.
O peso se fortaleceu no país e o real caiu no Brasil. Isso faz com que o paraíso do baixo custo de vida tenha desaparecido. Uma onda de brasileiros deixa a Argentina, porque é “inviável” para eles a permanência no país.
A moeda argentina caiu 54%, com o objetivo de conter a inflação, que chegou a 211%. No momento, o grande enigma para a economia argentina é que, enquanto o peso se fortalecia ao ser desvalorizado em ritmo inferior ao da inflação, o dólar oficial ficou defasado em relação ao custo de vida, perdendo grande parte de seu poder de compra.
Como resultado, surgiu um novo fenômeno para os argentinos: a inflação em dólares, que chegou a 70% e vem encarecendo os alimentos. O país está entre os que propuseram reduzir tarifas e barreiras não tarifárias em linha com a estratégia de reciprocidade promovida pelo governo Trump.
Argentina, juntamente com a Índia, o Vietnã e Israel, expressaram sua disposição de apoiar a política dos Estados Unidos, relaxando suas próprias restrições comerciais.
Nota-se que Milei quer tirar vantagem do bom relacionamento que tem com Trump. Com certeza, só terá sucesso caso os Estados Unidos saiam ganhando A lógica egoísta de Trump é inflexível. Só cede se ganhar alguma coisa.
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