A menina Ana Victória Silva dos Santos, de 8 anos, que morreu na noite de sexta-feira (11), após ser agredida pelo pai com socos e pauladas, na residência da família, em Cariacica, tinha diagnóstico de autismo e TDAH, e morava com o suspeito há cerca de três meses.Segundo o Conselheiro Tutelar Marcos Paulo Fonseca, que acompanha o caso, os laudos da criança foram encontrados na casa onde ela vivia com o pai e a madrasta, no bairro Itaquari.”Encontramos um receituário com CIDs de TDAH e autismo também. E a gente vê a barbaridade que as coisas vêm acontecendo nos últimos meses. Só este ano já houve outros casos gravíssimos. Os pais não estão tendo a paciência com seus filhos e falam que a forma de corrigir é a agressão, mas toda agressão com excesso se torna lesão e acontece o que aconteceu com essa criança… Essa tragédia”, lamentou o conselheiro. A menina veio de Minas Gerais, onde morava com a mãe. A mulher perdeu a guarda da filha, segundo o conselheiro, pois seria usuária drogas e se encontra em situação de rua. Além dela, um irmão gêmeo também estava morando com o pai e a madrasta. Ele foi acolhido pelos conselheiros tutelares e encaminhado a um abrigo.Ana Victória deu entrada no Pronto Atendimento de Alto Laje desacordada e com sinais de agressão. Em depoimento aos agentes, o pai relatou que agrediu a criança na quinta-feira (10) por ela não ter feito o dever de casa e apresentar problemas de comportamento, fazendo “bagunça” na escola. O homem disse ainda que voltou a agredir a filha na sexta (11), com socos e golpes usando um pedaço de madeira. A menina foi atingida, principalmente, na região das costelas e da cabeça. Minutos depois, Ana Victória começou a apresentar dificuldades para respirar — momento em que foi levada para o hospital.PrisãoProcurada pela reportagem, a Polícia Civil informou que o homem, de 28 anos, foi autuado em flagrante por homicídio qualificado contra menor de 14 anos com aumento de pena por ele ser o tutor da vítima. Ele foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana (CTV).Já a madrasta, de 31 anos, foi ouvida e liberada. De acordo com a corporação, a autoridade policial não identificou elementos suficientes para realizar a prisão em flagrante neste momento.O corpo da menina foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), da Polícia Científica, onde passará pelo processo de necropsia. Em seguida, será liberado para os familiares.
Menina morta pelo pai em Cariacica morava com ele há três meses e era autista
Adicionar aos favoritos o Link permanente.