
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, declarou EUA anunciou ‘pausa’ no programa, estabelecendo tarifas globais de 10% para quem não retaliou a política de taxas implementada nesta semana. Tarifa para os chineses foi elevada para 125%. Ursula Von der Leyen em 20 de março de 2025
Reuters/Yves Herman/File Photo
A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse “receber com satisfação” a decisão de Donald Trump de pausar as tarifas recíprocas por 90 dias e reduzir para 10% as taxas de importação contra países, exceto a China.
A declaração de Von der Leyen foi feita na rede social X, na manhã desta quinta-feira (10), pelo horário local – madrugada, pelo horário de Brasília.
“É um passo importante para estabilizar a economia global”, disse na publicação.
“As tarifas são impostos que apenas prejudicam empresas e consumidores. É por isso que tenho defendido consistentemente um acordo de tarifa zero para ambos os lados entre a União Europeia e os Estados Unidos”, continuou.
A líder também voltou a afirmar a importância da união dos países que compõe a União Europeia. E disse que o bloco está “intensificando esforços” para eliminar barreiras do mercado único.
“Esta crise deixou uma coisa clara: em tempos de incerteza, o mercado único é nosso pilar de estabilidade e resiliência”, disse.
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Nesta quarta (9), o presidente dos Estados Unidos anunciou seu recuo na imposição de tarifas para todos os países, exceto a China.
Segundo Trump, as taxas contra os chineses aumentarão para 125%, devido às retaliações anunciadas por Pequim nesta semana.
“Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou, por meio deste, aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato”, escreveu Trump na Truth Social. (veja a íntegra no fim da reportagem)
Trump em evento do Comitê Nacional Republicano para o Congresso
Reuters
A medida é mais um episódio da nova disputa comercial entre EUA e China, iniciada pelo tarifaço de Trump. No último dia 2 de abril, o norte-americano anunciou taxas de importação sobre 180 países de todo o mundo. De lá para cá, ouve retaliações de parte a parte, subindo tarifas de importação.
Os EUA haviam imposto uma taxa de 104% aos produtos chineses, que entraria em vigor nesta quarta. Em resposta, o Ministério das Finanças da China anunciou que subiria tarifas para 84% sobre os produtos americanos. (saiba mais abaixo)
“Em um futuro próximo, a China perceberá que os dias de exploração dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis”.
Na mesma publicação, o líder norte-americano anunciou que irá reduzir para 10% as taxas recíprocas a outros países, pelo prazo de 90 dias. Ele se referiu à decisão como uma “pausa” no tarifaço, que há uma semana resultou na escalada da guerra comercial global.
“Autorizei uma PAUSA de 90 dias e uma Tarifa Recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com efeito imediato. Obrigado pela sua atenção a este assunto!”
Veja a íntegra do post de Donald Trump
“Com base na falta de respeito que a China tem demonstrado aos mercados mundiais, estou aumentando a tarifa cobrada à China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato. Em algum momento, espero que em um futuro próximo, a China perceberá que os dias de explorar os EUA e outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis. Por outro lado, e com base no fato de que mais de 75 países convocaram representantes dos Estados Unidos, incluindo os Departamentos de Comércio, Tesouro e o USTR, para negociar uma solução para os assuntos discutidos relativos ao Comércio, Barreiras Comerciais, Tarifas, Manipulação de Moeda e Tarifas Não Monetárias, e que esses países não retaliaram de nenhuma forma contra os Estados Unidos, conforme minha forte sugestão, eu autorizei uma PAUSA de 90 dias, e uma tarifa recíproca substancialmente reduzida durante este período, de 10%, também com efeito imediato. Obrigado pela atenção a este assunto!”
Trump anuncia pausa das tarifas recíprocas por 90 dias
A guerra tarifária entre os gigantes mundiais
A nova decisão de Trump vem na esteira das reações chinesas às tarifas impostas pelos EUA. Nesta quarta, os asiáticos anunciaram taxas de 84% sobre os produtos importados dos norte-americanos, com previsão de que a medida passe a valer nesta quinta (10).
O contra-ataque chinês veio em resposta à taxa de 104% aplicada pelos EUA — medida que entrou em vigor já nesta quarta. Esse é mais um capítulo da escalada da guerra comercial entre as duas potências mundiais, que se intensificou na última semana.
Entenda, ponto a ponto, o embate:
Na quarta-feira passada (2), Trump detalhou a tabela de tarifas cobradas de mais de 180 países e regiões, com taxas vão de 10% a 50%.
As taxas menores passaram a valer já no último sábado (5). As maiores, que visam atingir países com os quais os EUA têm déficit comercial, seriam cobradas a partir de hoje.
A China foi um dos países atingidos — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa alíquota se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao “tarifaço”, o governo chinês impôs, na sexta passada (4), tarifas extras de também 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram, então, aumentar a aposta. Trump deu um prazo até as 13h (horário de Brasília) desta terça-feira (8) para o país asiático retirar as tarifas, ou seria ou seria taxado em mais 50%, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para “revidar até o fim”.