Vídeo mostra bancário que atropelou e matou cantor de pagode subindo em canteiro antes de acidente


Adalto Mello era compositor e formado em Educação Física. A defesa do réu Thiago Arruda Campos Rosa apresentou um laudo de perícia particular alegando que ele não viu a vítima até pouco antes do impacto. A assistente de acusação afirmou que as novas imagens contrariam essa versão. Bancário que atropelou e matou cantor de pagode subiu em canteiro antes do acidente
Novas imagens mostram o bancário Thiago Arruda Campos Rosa, de 32 anos, dirigindo em alta velocidade e subindo um canteiro com o carro antes de atropelar e matar o cantor de pagode Adalto Mello, de 39, em São Vicente, no litoral de São Paulo.
Ao g1, a assistente de acusação Sabrina Dantas afirmou que o novo vídeo contraria a argumentação da defesa do bancário, que apresentou um laudo pericial particular e alegou que ele não viu a vítima até pouco antes do acidente.
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Adalto pilotava uma motocicleta quando foi atingido pelo carro na Avenida Tupiniquins, no bairro Japuí, em 29 de dezembro. O motorista do automóvel, preso após o teste do bafômetro dar positivo, responde por homicídio doloso com dolo eventual, ou seja, quando se assume o risco de matar.
A apresentação do laudo contratado pela defesa de Thiago Arruda ocorreu em 3 de abril, sendo uma resposta à denúncia feita pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) à Justiça, que a acatou e tornou Thiago réu.
Nova imagem mostra bancário subindo em canteiro pouco antes de atropelar e matar cantor de pagode
Reprodução
A assistente de acusação contestou a versão do documento que aponta que o bancário se perdeu em uma curva de difícil visualização e por isso não enxergou Adalto. Para Sabrina Dantas, o réu já havia se perdido antes, pois subiu em um canteiro conduzindo o carro em linha reta.
“A culpa não é da via e sim da irresponsabilidade dele [Thiago Arruda] ao dirigir embriagado em altíssima velocidade”, complementou Sabrina.
A assistente de acusação afirmou que a responsabilidade do acidente tem relação com o excesso de álcool e com a velocidade que o bancário trafegava.
“Ele já estava em alta velocidade e já estava perdido no trânsito antes da curva. Você vê que em linha reta ele sobe o canteiro […] então não tem nada a ver com a curva, com a falta de sinalização, muito pelo contrário”, afirmou Sabrina.
Nova imagem mostra bancário subindo em canteiro pouco antes de atropelar e matar cantor de pagode
Reprodução
Em nota, o advogado Mario Badures, que representa o bancário, disse que “essas alusões, com todo respeito, são meras narrativas distantes do tecnicismo penal e que caem por terra diante do próprio laudo produzido pela defesa”.
Ainda de acordo com ele, as imagens de monitoramento revelam a existência de um crime culposo, ou seja, quando não há intenção. “Todas essas questões serão dirimidas nos autos da ação penal, longe das discussões que buscam palco no arenoso terreno das mídias sociais”, finalizou o advogado.
Quem era Adalto?
Adalto Mello deixou a mãe e o filho de 10 anos
Arquivo pessoal
O cantor de pagode também era compositor e formado em Educação Física. Conforme apurado pelo g1, o músico era divorciado e morava com a mãe em Santos (SP). Ele deixou um filho de 10 anos, que era fruto do antigo casamento.
De acordo com a mãe do cantor, Carla Vanessa De Mello Almeida, o filho começou a se apaixonar por música ainda na infância, quando aprendeu a tocar cavaco ao ver o pai com o instrumento. “Aprendeu só de olhar, não fez curso”, disse Carla.
Com menos de 15 anos, ele entrou no coral de uma igreja e passou a cantar e escrever canções. Em seguida, passou a se apresentar em comércios e eventos com um grupo de pagode.
A mãe disse que o sonho dele era viver da música. “Não pelo dinheiro, sucesso, mas pelo amor que ele tinha”, relatou Carla, afirmando que tinha muito orgulho do talento do filho.
Embriaguez
Thiago Arruda publicou imagem em piscina antes de atropelar o cantor de pagode
Redes sociais
Thiago tinha 20,5 vezes mais álcool no organismo do que o permitido por lei, pois o teste do bafômetro deu 0,82 mg/l, um número 2050% acima do limite de 0,04 mg/l.
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), 0,04 mg/L é a quantidade que o bafômetro pode tolerar sem penalização ao condutor. Acima desse valor, o motorista está sujeito a penas administrativas, como uma multa e a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) por 12 meses.
No entanto, se o resultado do teste for igual ou superior a 0,34 mg/l, como foi o caso de Thiago com 0,82 mg/l, o condutor deve ser processado criminalmente. De acordo com o CTB, a pena por dirigir embriagado é de seis meses a três anos de prisão, além da multa e suspensão ou cassação da CNH.
Imagens mostram motorista embriagado saindo do carro após atropelar cantor de pagode
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